Por DANIEL FINIZOLA
Está mais que claro para todos e todas que o mundo digital, seus mecanismos e ferramentas vieram para ficar. Apesar da velocidade que toma essa sociedade da informação, isso “ainda” é algo novo e revolucionário. Se bem utilizado, pode trazer benefícios sociais de grande impacto. Aos poucos, essa cultura digital vem ganhado espaço nas rodas de conversa pelo Brasil afora, seja nas escolas ou nas universidades.
Um exemplo que vem ampliando anualmente o debate sobre o tema é o projeto Conexões Globais, que acontece anualmente em Porto Alegre (RS), e cuja última edição aconteceu nos dias 24 e 25 deste mês. O evento procura estabelecer o diálogo entre os vários atores que estão nas redes sociais e o novíssimo conceito de Democracia 2.0. Este ano, o evento debateu temas como Cultura de Rede Colaborativa e Digital, Jornada de Junho e o Futuro da Democracia no Brasil, Soberania Digital e Vigilância na Era da Internet. Temas pertinentes ao Brasil contemporâneo, cada vez mais conectado. Tudo transmitido ao vivo pela internet.
Mediante esse contexto, Caruaru terá a oportunidade de ser uma cidade polo do debate sobre comunicação, cultura digital, suas consequências e possibilidades sociais. Isso porque está para ser aprovado, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPE, o bacharelado em comunicação social com duas frentes de formação.
A primeira tem por objetivo a formação voltada para redes sociais, atendendo aos novos anseios da comunicação social no Brasil e no mundo, que cada vez mais aumenta a convergência de mídias e a circulação de informação no globo. Um curso como esse trará pessoas do Brasil inteiro, gerando intercâmbio acadêmico e tornando Caruaru uma cidade vanguarda na produção científica referente a esse tema.
A segunda frente é voltada para produção cultural e deve interessar muito a todas as pessoas envolvidas com cultura criativa e toda a sua cadeia, ou seja, artistas e produtores poderão ter uma formação acadêmica que melhor fundamente as suas ações de produção, comunicação, distribuição e comercialização. Caruaru pode virar um grande polo de elaboração e execução de projetos culturais, referência para todo o Brasil, já que a proposta da UFPE é nova e extremamente contextualizada com a nossa realidade. Basta analisar que a produção cultural caruaruense é pujante, e toda região sofre com a falta de profissionais qualificados para trabalhar com os novos desafios da cadeia produtiva da cultura.
Um exemplo desses novos desafios no campo da cultura é o mercado fonográfico. A crise das gravadoras e o compartilhamento de música na internet colocaram o artista em um novo paradigma de mercado que ainda precisa de muito estudo e cooperação. Um debate para o qual Caruaru pode dar grandes contribuições a nível nacional com a chegada desse curso, já que esse cenário envolve comunicação, tecnologia e produção cultural musical, algo que não falta por aqui.
O desenvolvimento que a cidade atingiu nos últimos dez anos está diretamente relacionado com o crescimento da oferta de cursos nas universidades privadas e com a chegada da UPE e UFPE. Isso gera qualificação, produção científica e inclusão social. Portanto, é importante demonstrarmos o nosso interesse, estabelecendo um debate sobre a viabilidade e importância desse curso para o “País de Caruaru”.
Para tanto, vamos nos mobilizar, enviar e-mails para a reitoria da universidade e garantir mais essa conquista para a nossa terra.
E-mail da reitoria da UFPE: gabinete@ufpe.br.
E-mail da assessoria de comunicação da UFPE: ascom@ufpe.br.
@DanielFinizola, formado em ciências sociais pela Fafica, é músico, compositor e educador. Escreve todas as quartas-feiras para o blog. Site: www.danielfinizola.com.br