Mercado Chinês se abre e é oportunidade para empresários brasileiros

Com seu mercado consumidor de mais de 1,3 bilhão de habitantes, a China terá demanda cada vez maior pelos produtos externos, graças às melhores condições de vida da população e ao aumento da renda per capita. Um filão de mercado que se abre cada vez mais aos demais países e configura uma oportunidade também para empresas brasileiras de segmentos variados.

O desafio para o empreendedor está em se fazer ver e tornar seus produtos reconhecidos lá fora, assim como sugere o ministro Song Yang, encarregado de Negócios da embaixada chinesa no Brasil. “Queremos importar muito mais. Queremos importar produtos tecnológicos de alta qualidade, mas sem conhecer o produto brasileiro, o chinês não pode comprar mais”, disse Yang em entrevista recente, ao falar da 1ª Exposição Internacional de Importação da China, a ser realizada em novembro deste ano.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) mostram que os asiáticos desbancaram os Estados Unidos e passaram a ser o maior importador do Brasil, absorvendo 25% do que é enviado ao mercado externo. Em 2017, o país exportou US$ 47,48 bilhões para a China e importou US$ 27,32 bilhões, tendo um superávit de US$ 20,16 bilhões. Um aumento significativo de US$ 8,4 bilhões em relação a 2016.

Trabalhando na China desde 2015, quando o Grupo Serpa passou a ser representado na Ásia pela Serpa China, Samara Reis, diretora da filial, reitera a importância de se preparar antes de ir ao país, principalmente quando o objetivo é fechar negócios. Quem quer entrar nesse mercado e se beneficiar das boas oportunidades comerciais, deve estar aberto a mudanças. “Temos clientes que fizeram viagens antes à China e voltaram sem concretizar os resultados esperados. Além das dificuldades com a língua, eles alegam ter problemas na hora de conseguir a confiança dos chineses ao fechar os negócios e isso está muito atrelado às diferenças culturais”, conta Samara.

Prova disso foi o fechamento em 2011 de todas as lojas da americana Best Buy, em terras chinesas, cinco anos após entrar no país. Além de questões como a precificação, um dos principais motivos levantados para explicar o fracasso foi a maneira como a gigante dos eletrônicos abordou o público local, sem considerar particularidades como o hábito de negociar, a preferência por mercados próximos de casa e o impacto visual da marca, baseado no mesmo modelo utilizado nos Estados Unidos.​ Além do mais, a pronúncia de Best Buy em mandarim significa “pense 100 vezes antes de comprar”, um deslize cultural para lá de significativo.​

Com escritórios em Xangai e Ningbo, de onde opera transações comerciais para empresas no Brasil que importam produtos chineses e as que querem passar a exportar ou estabelecerem joint ventures com companhias de lá, a Serpa China mantém as características culturais no foco de suas operações. “Muitos empresários e investidores chegam ao território chinês acostumados com facilidades que não encontram aqui. Por isso, sempre orientamos que eles vejam por meio da lente certa: a que considera as diferenças e sabe lidar com esse mercado tão peculiar que é o chinês”, finaliza.

Evento de adoção de animais “Amigo não se compra” será realizado próximo domingo (04)

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O próximo domingo(04) é dia de ganhar um novo melhor amigo. O Instituto Quatro Patas irá realizar a primeira edição do evento de adoção de cães e gatos “Amigo não se compra”, deste ano. Na oportunidade, cerca de 40 animais estarão à espera de um lar, na rua Professor José Leão, ao lado do Campo do Central, no bairro Maurício de Nassau, no horário das 12h30 às 17h. Todos os peludos já se encontram vacinados e vermifulgados. Os que se encontram em idade adulta, já estão castrados.

Para o protetor de animais Fagner Fernandes, a realização de eventos de adoção de animais é de suma importância, tanto para o controle de natalidade, como também para rotatividade dos canis daqueles que disponibilizam lares temporários. “Durante o ano de 2017, o instituto realizou cinco edições do evento “Amigo não se compra”, que totalizaram a adoção responsável de 201 animais, garantindo dessa forma lares seguros com muito amor e carinho para caninos e felinos. Durante este ano pretendemos aumentar esse número”, pontuou Fagner.

Os interessados em adotar um animal devem comparecer ao local onde está sendo realizado o evento portando os seguintes documentos: CPF, RG, e comprovante de residência, além de caixa para transporte ou coleira para condução do animal e devem também ser maior de 18 anos.

Caruaru representada em evento da ONU

As caruaruenses Cléo Freire e Rebeca Araújo foram convidadas para compor a delegação do Brasil em evento que ocorrerá na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), na cidade de Nova Iorque, entre os dias 8 e 11 de março. O objetivo do encontro é aperfeiçoar as habilidades dos futuros profissionais e incentivar sua participação no cenário internacional e em ambientes de tomada de decisões, em especial como é realizada na ONU.

O Future We Want Model United Nations Conference 2018 (FWWMUN) contará com a presença de 2.500 representantes vindos de mais de 110 países, e a resolução formulada pelos delegados passará por revisão do Secretariado Geral das Nações Unidas. Será proporcionada a oportunidade de ampliar as perspectivas de discussões globais e como estas situações impactam nas comunidades, enfatizando a realidade de pensar global e agir local.

Sendo assim, as jovens participantes poderão pensar em alternativas que possam ser adaptadas e aplicadas para a realidade de Caruaru, como ressalta a estudante Cléo Freire: “Esse evento é de grande porte e vai nos oportunizar participar dos debates relevantes da ONU e também a interação com mais de 2 mil delegados, representantes de todo o mundo”, disse.

Fundação de Cultura e Turismo divulga lista de habilitados e inabilitados para o Caruaru por Paixão 2018

Já está disponível a lista com as propostas habilitadas e inabilitadas para o Caruaru por Paixão 2018, que será realizado de 20 de março a 1º de abril. Foram analisadas inscrições nas áreas de Artes Visuais, Audiovisual, Design e Moda, Artesanato, Música, Dança, Artes Cênicas, Cultura Popular, Arquitetura/Urbanismo e Patrimônio Cultural, Povos Tradicionais, Fotografia, Livro, Leitura e Literatura e Gastronomia.

Os artistas inabilitados podem entrar com recurso nos dias 1º e 2 de março e o resultado dos recursos será divulgado no próximo dia 5. As propostas selecionadas serão anunciadas no dia 9 de março. Já a divulgação de toda a programação do Caruaru por Paixão 2018 está prevista para o dia 14 de março. A lista com todas as propostas habilitadas e inabilitadas está disponível no site oficial da Prefeitura (www.caruaru.pe.gov.br).

Índice de Expansão do Comércio tem alta de 1,8% em fevereiro

O Índice de Expansão do Comércio (IEC) – calculado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – registrou crescimento de 1,8%, ao passar de 99,7 pontos em janeiro para 101,5 pontos em fevereiro. Essa é a maior pontuação desde dezembro de 2014 e, após 36 meses, o indicador volta a ultrapassar a barreira dos 100 pontos, que separa o pessimismo do otimismo. Em relação a fevereiro do ano passado, houve crescimento de 29,4%, quando o índice registrava 78,4 pontos.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, após um pequeno ajuste para baixo em dezembro, o empresário do comércio volta a dar bons sinais de retomada da intenção de contratar e, mais importante, de investir. A propensão a contratar teve aumento de 24% em relação ao mesmo mês do ano passado, ao passar de 94,8 para os atuais 117,6 pontos. No comparativo mensal, houve leve alta de 0,2%.

O Nível de Investimento das Empresas (que sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações, equipamentos, reformas etc.) registrou alta de 4%, ao passar de 82,1 pontos em janeiro para 85,4 pontos em fevereiro. Em relação a fevereiro de 2017, quando o indicador marcava 62 pontos, o avanço foi de 37,7%. Segundo a FecomercioSP, se a economia brasileira, de fato, decolar este ano, a tendência é que esse indicador cresça significativamente, subindo mais 10% ou 20% em relação ao patamar atual.

A Federação acredita ainda que, com o emprego em recuperação – trajetória que deve ser mantida ao longo de 2018 – o investimento deve retornar com mais força e fazer cada vez mais parte dos planos dos empresários. A propensão a empregar, que está quase 25% acima da apurada em fevereiro do ano passado, é também um excelente sinal.

A Entidade já previa em boletins passados, e agora já se vê que os investimentos devem ganhar força em 2018. Esse movimento deve ser a tônica que pode mudar de forma mais definitiva os rumos da economia ao fim deste ano, se não houver grandes surpresas ou mudanças de rumo da política econômica e suas perspectivas em virtude das eleições.

Nota metodológica
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.

Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 143 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista – e quase 10% do PIB brasileiro -, gerando em torno de 10 milhões de empregos.

Frei Beto critica intervenção no Rio e faz carta ao general interventor

CARTA AO GENERAL BRAGA NETTO

Frei Betto

General, o Rio precisa de intervenção cívica, e não militar. O Estado fluminense e a prefeitura carioca estão acéfalos.

Em 10 anos de implantação das UPPs houve tempo suficiente para evitar que uma geração de crianças e jovens escapasse das garras do narcotráfico. Cometeu-se o equívoco de instalar postos policiais nas comunidades, e não escolas, cursos profissionalizantes, quadras de esportes, oficinas de dança, teatro, música e literatura.

O Exército brasileiro acumula uma história de fracassos. Promoveu um genocídio no Paraguai, e até hoje os arquivos da guerra no século XIX são mantidos secretos para não envergonharem a nossa história militar. Fez uma matança desnecessária em Canudos para evitar que os nordestinos se livrassem da tutela dos donos de engenhos.

Deixou-se manipular pela Casa Branca, em 1964, para derrubar o governo democraticamente eleito de Jango, e implantou uma ditadura que durou 21 anos.

Não permita, general, que haja novo fracasso. Não autorize seus soldados a se transformarem em assassinos fardados que, ao ingressar nas comunidades, primeiro atiram e depois interrogam.

Sua missão será tão inútil quanto a das UPPs se acreditar que a violência que assola o Rio é culpa apenas do narcotráfico, dos bandidos e das milícias.

As causas é que precisam ser urgentemente combatidas: a desigualdade social, o sucateamento da escola pública, o desemprego, a falência do sistema de saúde.

Não admita que seus soldados e oficiais sejam corrompidos, como ocorre a tantos policiais e autoridades que engordam a conta bancária ao fazer vista grossa para o crime organizado. De onde procedem as sofisticadas armas em mãos dos bandidos? Quem os mantém previamente informados das operações repressivas?

Os problemas não estão apenas nos morros. Estão sobretudo no asfalto, onde residem os que alimentam o narcotráfico, os políticos corruptos, os que permitem que o nosso sistema carcerário seja sede do comando do crime.

Salve a imagem do Exército, general. E convença os governantes do povo fluminense e carioca a renunciarem, para que sejam convocadas eleições antecipadas. A democracia é sempre a melhor alternativa!”

Frei Betto é autor de mais de 60 livros publicados no Brasil e Exterior

Livro “Memorial do dia seguinte” permite um novo olhar sobre a Revolução de 1817

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O livro Memorial do dia seguinte, a Revolução de 1817 em documentos da época, edição conjunta da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e Arquivo Público Estadual, será lançado no próximo dia 1º de março, a partir das 18h30, no Arquivo, na Rua Imperador, no Centro do Recife. Além do livro, o Arquivo abre exposição com os documentos históricos originais que deram origem ao livro.

Organizado pelo jornalista Evaldo Costa e pelos pesquisadores Hildo Leal da Rosa e Débora Cavalcantes de Moura, o livro reúne 106 documentos raros de vários acervos do próprio Arquivo Público que permitem compreender de que forma se deu o cotidiano das pessoas no pós-revolução e a brutal repressão da Coroa portuguesa aos revolucionários.

A publicação é o resultado de um minucioso trabalho de pesquisa que durou mais de um ano. A equipe do Arquivo dedicou meses de trabalho árduo à missão, manuseando documentos seculares, transcrevendo-os, interpretando caligrafias e resgatando sentidos de texto produzidos em ortografia da época.

Pela primeira vez estão sendo disponibilizadas de forma ordenada e classificada, transformando-se em fonte de valor inestimável desse importante momento da história de Pernambuco e do Brasil, assegura o diretor do Arquivo Público Estadual, jornalista Félix Filho.

O lançamento do livro Memorial do dia seguinte integra a programação oficial do bicentenário da Revolução de 1817.

Uma das maiores redes varejistas de armas dos EUA deixa de vender fuzis

Da Agência EFE

 

Edward Stack, presidente-executivo da Dick's Sporting Goods
Edward Stack, presidente-executivo da Dick’s Sporting GoodsABC News/Divulgação

A empresa de equipamentos esportivos Dick’s Sporting Goods, a maior loja de varejo de armas nos Estados Unidos, deixará de vender fuzis de assalto e restringirá as vendas de armamentos para menores de 21 anos, disse nesta quarta-feira (28) Edward Stack, presidente-executivo da companhia. A informação é da agência EFE.

Além disso, a Dick’s Sporting Goods optou por retirar também de suas prateleiras os cartuchos de munição de grande capacidade, segundo o próprio Stack, que tomou esta decisão como resposta ao debate nacional surgido por causa do trágico tiroteio ocorrido há duas semanas em uma escola da Flórida, que deixou 17 mortos.

“Somos decididos defensores da Segunda Emenda (da Constituição dos EUA, que garante o direito à posse de armas). Eu mesmo sou proprietário de armas, mas não queremos ser parte desta história (de massacres e tiroteios) e eliminamos estas armas de maneira permanente”, apontou Stack em uma entrevista ao prestigiado programa “Good Morning America”, transmitido pela rede ABC.

Passo adiante

Com este passo adiante, o executivo disse que espera que “mais políticos” se somem ao debate e elaborem uma reforma legislativa sobre armas, aumentando a idade mínima de compra para 21 anos e proibindo a venda de fuzis de assalto.

A Dick’s Sporting Goods conta com mais de 700 lojas em todo país e é a primeira grande rede de venda varejista a limitar o acesso às armas bélicas no país.A decisão da empresa, aplaudida pelos setores mais progressistas do país, ocorreu depois que numerosas companhias decidiram cortar seus laços na semana passada com a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês).

Entre outras, as empresas aéreas Delta e United Airlines, além da seguradora MetLife e empresas de aluguel de veículos como Hertz, Avis e Enterprise, rescindiram seus contratos de descontos com a NRA, cuja férrea postura a favor das armas causou múltiplas queixas e protestos no país.

“Bump stocks”

Esta não é a primeira vez que a rede faz mudanças em sua política de vendas após um tiroteio em uma escola. Em 2012, após o massacre na escola Sandy Hook, em Newrtown (Connecticut), que deixou 20 meninos e 6 professores mortos, a Dick’s eliminou a venda de fuzis de assalto de suas lojas.

No entanto, meses mais tarde, a empresa começou a vender esse tipo de armas em sua rede especializada em caça Field & Stream.

O presidente americano, Donald Trump, abriu a possibilidade na semana passada de proibir a venda de aceleradores de disparos, os chamados “bump stocks”, dispositivos que podem ser conectados a armas não automáticas para aumentar a frequência dos tiros, e pediu que idade legal para adquirir armas passe de 18 para 21 anos.

Trump deve se reunir na tarde de hoje (28) com parlamentares na Casa Branca para discutir mudanças nas leis sobre armas. A reunião acontece 15 dias depois do massacre numa escola de ensino médio em Parkland, Flórida, que deixou 17 mortes, devido ao tiroteio provocado pelo ex-aluno Nikolas Cruz, de 19 anos.

Trabalho formal tem queda de 1,7% no Brasil, diz IBGE

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Trabalhadores à procura de emprego - Foto TV Brasil/Arquivo Agência Brasil
Trabalhadores com carteira assinada eram 33,296 milhões em janeiro deste ano. Número é estável em relação ao trimestre móvel anterior – de agosto a outubro de 2017 -, mas apresenta queda de 1,7%TV Brasil/Agência Brasil

O nível de formalidade no mercado está caindo e a quantidade de trabalhadores com carteira assinada chegou a 33,296 milhões no trimestre móvel terminado em janeiro de 2018. O número é estável em relação ao trimestre móvel anterior – de agosto a outubro de 2017 -, mas apresenta queda de 1,7% em relação ao período de novembro de 2016 a janeiro de 2017.

Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados hoje (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números apontam estabilidade do desemprego na comparação trimestral, com taxa de 12,2% no trimestre móvel e 12,7 milhões de pessoas desocupadas no país.

Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a estabilidade na taxa de desocupação do mercado de trabalho brasileiro é normal para o período por conta da sazonalidade referente às festas de fim de ano, quando ocorre a dispensa de trabalhadores temporários. Ele destaca que, na comparação anual, houve redução de 562 mil trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 1,7%.

Carteira de trabalho

“Embora essa redução na carteira tenha acontecido, o percentual de trabalhadores perdendo a carteira assinada é inferior ao que estávamos observando nos trimestres anteriores. Isso nos leva a constatar que nós temos uma desaceleração na queda da carteira de trabalho assinada. Não temos ainda geração de carteira, mas temos desaceleração na queda”, argumenta.

Azeredo explica que a baixa no número de trabalhadores com carteira assinada não é o recorde da série histórica, iniciada em 2012. A maior baixa ocorreu no trimestre móvel terminado em abril de 2017, com 33,286 milhões de pessoas. Essa diferença de 10 mil trabalhadores, segundo o coordenador, não é relevante estatisticamente. Ele salienta que, em três anos, foram perdidos 3,5 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, número ainda não foi recuperado.

Com isso, Azeredo diz que houve um “avanço expressivo” da informalidade na comparação anual. “Ou seja, aumentou o número de pessoas trabalhando sem carteira no serviço doméstico, como trabalhador familiar auxiliar, como pequeno empregador e, o principal deles, que gerou aproximadamente um milhão de postos de trabalho, que são aquelas pessoas que trabalham como conta própria”.

Jungmann defende respeito a direitos humanos no combate ao crime

O recém-empossado ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse hoje (28), em evento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o combate à criminalidade não pode cair em “atalhos”, devendo observar a dignidade e os direitos humanos. Ele defendeu a humanização do sistema carcerário.

“Hoje é tão fácil ouvir discursos que fazem defesa dos atalhos de fora da lei, dos atalhos abaixo dos direitos humanos. Um Estado que combate fora da lei, ou sem respeitar os direitos humanos, o crime, se nivela a ele”, disse o ministro, que assumiu o cargo ontem (27).

As declarações foram dadas durante uma reunião de última hora, convocada ontem (27) à noite pela presidente do conselho, ministra Cármen Lúcia, na sede do CNJ, em Brasília, para apresentar a Jungmann o recém-criado Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), um cadastro que pretende compilar em tempo real os dados a respeito de todos os presos do país.

“A humanização do sistema carcerário representa uma afirmação da civilização contra a barbárie. Não é porque alguém cometeu um delito, seja da gravidade que for, que a integridade da pessoa humana pode ser diminuída ou desdenhada, porque, se assim permitirmos, nós nos igualamos aos criminosos”, afirmou Jungmann, após assistir à apresentação do CNJ.

Depois de ter destacado números sobre a criminalidade e o estado de insegurança da população, Cármen Lúcia fez coro com o ministro, defendendo respeito aos direitos de pessoas presas.

“Estamos no Estado Democrático de Direito. Portanto, os direitos devem ser respeitados. Os direitos dos cidadãos trabalhadores de viver em paz, de dormir em sossego, de não ficar sobressaltados toda a noite. E é preciso também que se cumpra a lei com aqueles que, tendo de alguma forma errado, cumpram seus erros com as penas que foram devidamente fixadas, mas não de maneira desumana”, disse a ministra.

BNMP

Na reunião, foram apresentados dados parciais do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Foram cadastradas até o momento no sistema 41.522 pessoas privadas de liberdade, das quais 24.128 estão presas provisoriamente, ainda no aguardo de um julgamento definitivo sobre seus crimes.

Segundo o CNJ, após a implantação por todas as justiças estaduais, não mais será possível a um indivíduo ser preso sem receber um número chamado Registro Judicial Individual, sob o qual ficarão reunidos todos os dados processuais, incluindo mandados de prisão, ligados a seu nome em todo o território nacional.

Os primeiros estados a alimentar o sistema são Roraima, Goiás e São Paulo. Outros, como Santa Catarina, Sergipe, Amapá, Bahia e Paraíba, concluíram a fase de treinamento de juízes e servidores e devem começar a alimentar o banco de dados. De acordo com o secretário-geral do CNJ, Julio de Andrade, todo o processo deve estar concluído até o fim de maio, quando será possível conhecer, com confiabilidade, estatísticas precisas sobre o sistema carcerário brasileiro.

Com a iniciativa, o CNJ pretende acabar com discrepâncias entre as diferentes estatísticas sobre o sistema carcerário, compiladas pelo Poder Judiciário e pelo Poder Executivo, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Isso deve permitir a redução de distorções, como a duplicidade na contabilização de presos, ressaltou Andrade.

“Há equivocos evidentes”, destacou Cármen Lúcia sobre as atuais discrepâncias. O BNMP servirá como “instrumento de integração entre os Poderes”, disse a ministra durante o encontro desta manhã, no qual esteve presente também a advogada-geral da União, Grace Mendonça.