Compesa lança campanha de consumo consciente

Em meio ao cenário de crise financeira e frente à escassez dos recursos naturais, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está fazendo sua parte para colaborar com o planeta e ainda reduzir gastos internos. A companhia lançou, nesta segunda-feira (7), a campanha do Consumo Consciente para seus principais prédios administrativos da Região Metropolitana do Recife (RMR). Trata-se de uma conscientização dos colaboradores para que a empresa consiga reduzir o consumo de energia elétrica, água e material de escritório.

A campanha envolve as unidades da Compesa da Rua da Aurora (os dois edifícios), Avenida Cruz Cabugá (sede administrativa), Dois Irmãos (Gerência de Qualidade), Cabanga e o Centro de Distribuição, na Macaxeira. Juntos, os prédios gastam, em média, R$ 95 mil de energia elétrica por mês. A meta é reduzir esse valor entre 10% e 20%.

Para atingir esses resultados, a Compesa está incentivando seus colaboradores a adotar práticas diárias que levem à redução do consumo dos itens abordados na campanha. O ar condicionado, por exemplo, deve ser ligado somente na hora que começar o expediente e desligado no horário de almoço e assim que o turno da tarde acabar. Já em relação à água e ao material de escritório, espera-se que haja uma redução de consumo por meio de medidas como imprimir na frente e no verso da folha, economizar copos descartáveis, etc. Um grupo foi criado para apresentação da campanha nas unidades selecionadas e distribuição de selos com os conteúdos educativos.

Segundo o diretor de Articulação e Meio Ambiente, Aldo Santos, essa é uma iniciativa que visa atuar no campo educativo, sem a imposição de regras. “É certo que nosso maior consumo de energia vem da parte operacional, mas nada impede que o setor administrativo faça sua parte. Juntos, podemos mostrar que ações sustentáveis são capazes de mudar a realidade de uma empresa”, apostou o diretor.

Para orientar os funcionários, a Compesa está distribuindo internamente uma cartilha do consumo consciente. Nela, é possível encontrar medidas simples que, caso adotadas diariamente, pode tornar o ambiente de trabalho mais racional e sustentável. “Essas ações são o princípio de uma mudança de comportamento que levará a empresa a reforçar seus valores, como o de atuar com responsabilidade sobre os recursos naturais”, enfatizou o diretor de Novos Negócios, Ricardo Barretto. “Essas ações vão ajudar a Compesa a se tornar uma empresa cada vez mais sólida. Além disso, aquilo que conseguirmos economizar com água, energia e materiais de consumo poderá ser revertido para a melhoria dos nossos serviços para a população”, completou a diretora de Gestão Corporativa, Simone Albuquerque.

A campanha do Consumo Consciente nasceu do Comitê de Despesas que a Compesa possui internamente. Todos os dias, um profissional vai aferir o consumo da  energia  de todos os prédios envolvidos na campanha. Será montado um ranking para o acompanhamento do consumo de cada unidade. Ao final de um período que será estabelecido pela Compesa, serão divulgados os resultados de cada prédio de modo a estimular a continuidade das práticas sustentáveis.

Consumidores da América Latina estão menos fiéis às marcas

Os consumidores América Latina estão menos fiéis às marcas do que em 2012. De acordo com estudo bienal realizado pela consultoria global Bain & Company, 68% dos executivos entrevistados durante 2014 acredita que seus consumidores não se atêm mais a uma determinada marca na hora da escolha. O número subiu em relação aos 63% registrados há dois anos.

Ao todo, o estudo “Management Tools & Trends 2015” da Bain & Company ouviu 1.067 executivos do mundo todo, incluindo Brasil e México, para saber quais as maiores preocupações atuais dos gestores e oferecer sugestões de ação de acordo com as dificuldades.

No Brasil, em especial, o dado apurado pelo estudo ajuda a constituir um cenário desafiador para as marcas. Por conta da crise, muitos consumidores, principalmente na classe C, estão desacelerando seus gastos, tendendo a dar preferência ao preço do que ao nome nas etiquetas. “Em épocas de consumo mais retraído, ‘provocar’ o cliente passa a ser mais importante”, comenta Alfredo Pinto, sócio da Bain & Company. O especialista ainda reitera que, mesmo com o período turbulento, a estratégia deve ser sempre focada em crescimento. “Deve-se sempre pensar: estou maximizando as vendas ao máximo? O que mais posso fazer? Crescer precisa ser prioridade”, afirma.

Ascensão de famílias à classe média deve ser associada ao consumo consciente

slogan do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado esta semana, “Sete bilhões de sonhos. Um planeta. Consuma com moderação”, convida as pessoas a repensarem seus estilos de vida e a se verem como parte da coletividade, em uma comunidade global. A expectativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) é que de um a três bilhões de consumidores de classe média sejam somados à população global até 2030 e o Brasil tem um papel importante neste contexto.

Para a consultora do Pnuma na área de consumo sustentável, Fernanda Daltro, o país tem grande potencial para se tornar modelo de sustentabilidade e exportar esse conceito para o mundo, com a ascensão de novas famílias para a classe média. “Temos uma relação diferenciada com a natureza e uma população mais sensível ao tema e que está construindo seu modelo de consumo. O Brasil está em um momento de virada, com o acesso de boa parte da população à classe média e que podem agora ter o supérfluo e não apenas o necessário para subsistência. Então precisamos trabalhar a mentalidade dessas pessoas para que não tenham só o consumismo como objetivo de vida”, disse.

Fernanda explica que o planeta não tem como sustentar o padrão da classe média no modelo atual, construído desde a segunda guerra mundial, principalmente pelos Estados Unidos, e exportado para mundo. Ela diz que as empresas e o poder público têm instrumentos importantes para incentivar a produção e o consumo sustentáveis, como campanhas de conscientização, critérios em compras públicas e incentivos econômicos. Para ela, cada movimento, cada mudança de hábito das pessoas importa e também faz a diferença no contexto final.

“Se cada um pudesse mudar uma coisa nos seus hábitos que favoreça o meio ambiente e se sete bilhões de nós fizermos isso também? Pequenos hábitos fazem a diferença, dão exemplo e vão contaminando as pessoas ao seu redor”, explicou Fernanda.

A gerente de Comunicação e Campanhas do Instituto Akatu, organização não governamental que trabalha pelo consumo consciente, Gabriela Yamaguchi, lembrou que o país está vivendo uma crise de escassez de água e a população sente os efeitos na prática. Para ela, esse é o momento de promover a educação e a mudança de comportamento para o consumo sustentável. “As pessoas devem visualizar que realmente estamos próximos desses recursos se esgotarem se continuarmos nesse ritmo de consumo”, disse.

Segundo Gabriela, a ideia de que a riqueza de um país está ligada apenas ao giro da sua economia está ficando ultrapassada e cada vez mais as instâncias internacionais têm um olhar mais social, além do econômico. “O Brasil tem sido muito reconhecido pela inclusão de pessoas no acesso aos bens de consumo, mas tem um desafio muito grande que é a educação dessa população. Só dar poder de compra não forma cidadãos que analisam e fazem as escolhas conscientes. Precisamos ajudar as pessoas a questionarem o que é mais importante na vida delas, a fazerem escolhas que priorizem menos bens materiais e sigam no caminho da qualidade de vida”, explicou.

Instituto Akatu possui uma rede de aprendizagem para troca de conhecimentos e práticas sobre consumo consciente entre professores e alunos do Ensino Fundamental de escolas em todo o Brasil. O Edukatu reúne informações e materiais sobre o tema e convida os participantes a realizar atividades por meio de circuitos de aprendizagem.

Já o Pnuma desenvolve no Brasil, desde 2008, a campanha Passaporte Verde que procura sensibilizar turistas para contribuir com o desenvolvimento sustentável local por meio de escolhas responsáveis durante as férias e o lazer. Na próxima semana, o programa das Nações Unidas lança, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o Guia Produção e Consumo Sustentáveis: tendências e oportunidades para o setor de negócios.

Segundo a consultora do Pnuma, o guia é uma forma simplificada de explicar esse conceito de produção e consumo sustentáveis. “Isso vai além da chamada gestão ambiental, de reduzir o desperdício, mas desenhar produtos mais sustentáveis, um ferro elétrico que consome menos energia, por exemplo. O guia traduz esse conceito mais complexo para uma linguagem que as pequenas e médias empresas entendem e se apropriam. É uma conversa com todos os elos da cadeia também para sensibilizar o consumidor a prestigiar esses produtos. Optar pelos mais sustentáveis serve de recado para a indústria, de que [o consumidor] quer mais desses produtos”, explicou Fernanda.

Da Agência Brasil

Consumo das famílias tem primeira queda no trimestre após 12 anos

O consumo das famílias teve um recuo de 0,9% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Essa é a primeira queda neste tipo de comparação desde o terceiro trimestre de 2003, quando o indicador também caiu 0,9%. O dado foi divulgado, hoje (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda de 1,5% na comparação com o último trimestre de 2014 também foi a maior, desde o quarto trimestre de 2008, no auge da crise econômica mundial (2,1%).

“É uma conjuntura de fatores, a gente teve uma desaceleração da massa salarial real, ou seja, da renda do trabalhador e do emprego. As operações de crédito para as pessoas físicas tiveram queda em termos reais. E tivemos aumento da taxa básica de juros [Selic]. E houve uma aceleração da inflação. Isso tudo prejudicou o consumo das famílias”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Outros dois componentes da demanda interna brasileira também tiveram queda nesses tipos de comparação. O consumo de governo recuou 1,3% na comparação com o trimestre anterior e 1,5% na comparação com o primeiro trimestre de 2014. Essa queda de 1,5% é a maior desde o quarto trimestre de 2000 (-2,8%), resultado que pode ser explicado pelo ajuste fiscal dos governos.

Já a formação bruta de capital fixo (investimentos) caiu 1,3% em relação ao trimestre anterior e 7,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A queda nos investimentos foi influenciada principalmente pelo recuo na importação, mas também por um desempenho negativo da construção.

A demanda externa, por outro lado, contribuiu positivamente para a economia brasileira, já que as exportações tiveram crescimentos de 5,7% na comparação com o quarto trimestre de 2014 e de 3,2% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

Intenção de consumo cai ao menor nível desde 2010

O índice de Intenção de Consumo das Famílias, medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu 6,9% em abril e atingiu o menor nível da série histórica. A CNC divulgou hoje (20) o indicador, que recuou 17,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.

De acordo com a assessora econômica da CNC, Juliana Serapio, o indicador deste mês foi o primeiro da série histórica em que todos os componentes atingiram o menor patamar já registrado. A medição é feita desde janeiro de 2010.

A queda foi mais forte na intenção de comprar bens duráveis, chegando a 14,3% na comparação com março e a 32,5% em relação a abril do ano passado. Para a CNC, a queda está relacionada ao encarecimento do crédito: “Quando o crédito fica mais caro, isso afeta diretamente a intenção de consumo desses bens, que, muitas vezes, dependem de financiamento”, explica a economista.

Apesar da queda, o índice continua na zona considerada favorável (acima dos 100 pontos), com 102,9 pontos. Três componentes, no entanto, já recuaram para o patamar negativo: Momento para Duráveis, com 78,9 pontos, Nível de Consumo Atual, com 79,5 pontos, e Perspectiva de Consumo, com 95,3 pontos.

O Nível de Consumo Atual caiu 8% em relação ao mês de março, e 17,1% frente a abril do ano passado. As Perspectivas de Consumo tiveram uma queda ainda maior, de 9% na comparação com março e de 28,1% em relação a 2014.

 

Nordeste consome frutas abaixo do índice nacional

O consumo recomendado de frutas e hortaliças na região Nordeste está abaixo do índice nacional (24,1%). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão necessária é de pelo menos 400 gramas desses alimentos diariamente. Para estimular o consumo da alimentação saudável capaz de promover mais qualidade vida, reduzindo a obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças, o Ministério da Saúde lançou o livro Alimentos Regionais Brasileiros. A publicação traz dicas de como cozinhar com mais saúde e pratos típicos de cada região do país.

“A diversidade culinária e variedade de frutas e hortaliças do Brasil possibilita à população manter uma alimentação saudável. O livro Alimentos Regionais é um marco importante no compromisso do governo brasileiro para priorizar a alimentação segura e mais saudável, valorizando a cultura e os saberes das práticas regionais”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Primeiro dessalinizador solar coletivo da América Latina é inaugurado

O governador Paulo Câmara (PSB) inaugurou neste sábado (11) o primeiro dessalinizador solar coletivo da América Latina, em Riacho das Almas, Agreste Central de Pernambuco. O equipamento retira o excesso de sais das águas captadas em poços tubulares profundos, tornando-as apropriadas para o consumo humano.

Instalado no distrito de Camorim, o dessalinizador atenderá 60 famílias do entorno e de localidades vizinhas. Toda a operação de tratamento (de 600 litros por hora) será realizada por meio de energia solar, obtida por placas fotovoltaicas conectadas ao equipamento.

O sistema é composto ainda por dois reservatórios de 5.000 litros, cada. Um armazena a água recém-captada e o outro estoca o produto devidamente tratado e pronto para o consumo. A água é distribuída por meio de um chafariz eletrônico. O dessalinizador não utiliza baterias e é completamente automatizado – capta energia do sol e, imediatamente, começa a funcionar. A população beneficiada recebe fichas que garantem o fornecimento de 20 litros para cada família, possibilitando assim um controle do consumo e evitando desperdícios.

Brasileiras estão levando o país a um novo patamar de consumo

Por Stella Kochen Susskind

Na última década, o brasileiro saiu do patamar do consumo imediato – aquele que valoriza os aspectos superficiais da compra – para o consumo crítico. Na prática, a durabilidade e o atendimento são os principais atributos considerados para a efetivação da compra – de acordo com a pesquisa “As Empresas que mais Respeitam o Consumidor no Brasil”, conduzida pela Shopper Experience há 12 anos. E qual o papel da mulher nessa história? Com certeza, o papel de protagonista!

Os meus 20 anos de experiência em analisar hábitos e drivers de consumo me levam a crer que as mulheres – sobretudo as mães –, estão nos levando a um novo patamar de consumo. A minha experiência como mãe confere a certeza de que estamos educando crianças com um outro nível de percepção. É uma revolução silenciosa comandada por mulheres – mães, tias, madrinhas, professoras, filhas… Para citar um exemplo simples e comum ao universo das mulheres, comentei com a minha filha que tínhamos que comprar uma nova mochila; um modelo com rodinhas. Além de ser o modelo mais recomendado pelos ortopedistas, costumo associar esse produto à praticidade. Ledo engano! Minha filha explicou, com riqueza de detalhes, que a mochila seria um transtorno, pois teria que carregar 5,7 quilos escadaria acima. O fato é que como estuda em uma sala instalada no primeiro andar – e a escola proíbe os alunos de arrastá-las na escada – a dita mochila pesada teria que ser carregada.

Aliás, a pequena consumidora informou que compraríamos uma mochila simples: que faria um escalonamento do material escolar para carregar menos peso. Entendi, rapidamente, que nossos filhos estão se tornando consumidores mais reflexivos e práticos, pessoas que pensam na real necessidade de consumir! Pensei no argumento e cheguei à conclusão que as mulheres têm influenciado o consumo no Brasil muito mais do que pensamos.

Na pesquisa O Mundo de Vênus – concluída pela Shopper Experience no ano passado – as entrevistadas declararam que acreditam que as mulheres de hoje são muito mais informadas; esse nível de informação tem um grande impacto na forma de consumir da família brasileira. É fato que as mulheres estão educando novos consumidores. Para elas, a educação dos filhos é pautada pelo ensino de valores morais; respeito ao próximo e a si; e sustentabilidade. É nesse contexto que está o consumo responsável. Na prática, chegamos a um momento interessante de amadurecimento do consumidor brasileiro; estamos, no que costumo chamar, de a primeira etapa rumo à era do consumo consciente. Ou seja, o consumidor está consciente do seu poder de compra, consciente dos seus direitos e consciente da importância, ou falta de importância, do produto/serviço na sua vida.

A pesquisa mostra, ainda, que o nível de exigência dessa nova mulher é bem alto. A insatisfação com produtos e serviços é maior entre as consumidoras do que entre os homens – até por uma questão matemática. São elas que, diariamente, tomam grande parte das decisões de consumo da família. A pesquisa aponta que essa insatisfação alcança patamares elevados pela própria natureza da mulher.

Quando compra um produto alimentício para os filhos, por exemplo, se a marca não cumprir o que promete, essa consumidora vai até as últimas instâncias para reclamar e fazer valer os seus direitos. Além disso, o alto poder influenciador entre amigos, familiares e nas redes sociais pode comprometer a imagem das marcas. Estamos diante de um poder feminino que está transformando as relações de consumo no Brasil.

Brasileiras estão levando o país a um novo patamar de consumo

Por Stella Kochen Susskind

Na última década, o brasileiro saiu do patamar do consumo imediato – aquele que valoriza os aspectos superficiais da compra – para o consumo crítico. Na prática, a durabilidade e o atendimento são os principais atributos considerados para a efetivação da compra – de acordo com a pesquisa “As Empresas que mais Respeitam o Consumidor no Brasil”, conduzida pela Shopper Experience há 12 anos. E qual o papel da mulher nessa história? Com certeza, o papel de protagonista!

Os meus 20 anos de experiência em analisar hábitos e drivers de consumo me levam a crer que as mulheres – sobretudo as mães –, estão nos levando a um novo patamar de consumo. A minha experiência como mãe confere a certeza de que estamos educando crianças com um outro nível de percepção. É uma revolução silenciosa comandada por mulheres – mães, tias, madrinhas, professoras, filhas… Para citar um exemplo simples e comum ao universo das mulheres, comentei com a minha filha que tínhamos que comprar uma nova mochila; um modelo com rodinhas. Além de ser o modelo mais recomendado pelos ortopedistas, costumo associar esse produto à praticidade. Ledo engano! Minha filha explicou, com riqueza de detalhes, que a mochila seria um transtorno, pois teria que carregar 5,7 quilos escadaria acima. O fato é que como estuda em uma sala instalada no primeiro andar – e a escola proíbe os alunos de arrastá-las na escada – a dita mochila pesada teria que ser carregada.

Aliás, a pequena consumidora informou que compraríamos uma mochila simples: que faria um escalonamento do material escolar para carregar menos peso. Entendi, rapidamente, que nossos filhos estão se tornando consumidores mais reflexivos e práticos, pessoas que pensam na real necessidade de consumir! Pensei no argumento e cheguei à conclusão que as mulheres têm influenciado o consumo no Brasil muito mais do que pensamos.

Na pesquisa O Mundo de Vênus – concluída pela Shopper Experience no ano passado – as entrevistadas declararam que acreditam que as mulheres de hoje são muito mais informadas; esse nível de informação tem um grande impacto na forma de consumir da família brasileira. É fato que as mulheres estão educando novos consumidores. Para elas, a educação dos filhos é pautada pelo ensino de valores morais; respeito ao próximo e a si; e sustentabilidade. É nesse contexto que está o consumo responsável. Na prática, chegamos a um momento interessante de amadurecimento do consumidor brasileiro; estamos, no que costumo chamar, de a primeira etapa rumo à era do consumo consciente. Ou seja, o consumidor está consciente do seu poder de compra, consciente dos seus direitos e consciente da importância, ou falta de importância, do produto/serviço na sua vida.

A pesquisa mostra, ainda, que o nível de exigência dessa nova mulher é bem alto. A insatisfação com produtos e serviços é maior entre as consumidoras do que entre os homens – até por uma questão matemática. São elas que, diariamente, tomam grande parte das decisões de consumo da família. A pesquisa aponta que essa insatisfação alcança patamares elevados pela própria natureza da mulher.

Quando compra um produto alimentício para os filhos, por exemplo, se a marca não cumprir o que promete, essa consumidora vai até as últimas instâncias para reclamar e fazer valer os seus direitos. Além disso, o alto poder influenciador entre amigos, familiares e nas redes sociais pode comprometer a imagem das marcas. Estamos diante de um poder feminino que está transformando as relações de consumo no Brasil.

Brasileiras estão levando o país a um novo patamar de consumo

Na última década, o brasileiro saiu do patamar do consumo imediato – aquele que valoriza os aspectos superficiais da compra – para o consumo crítico. Na prática, a durabilidade e o atendimento são os principais atributos considerados para a efetivação da compra – de acordo com a pesquisa “As Empresas que mais Respeitam o Consumidor no Brasil”, conduzida pela Shopper Experience há 12 anos. E qual o papel da mulher nessa história? Com certeza, o papel de protagonista!

Os meus 20 anos de experiência em analisar hábitos e drivers de consumo me levam a crer que as mulheres – sobretudo as mães –, estão nos levando a um novo patamar de consumo. A minha experiência como mãe confere a certeza de que estamos educando crianças com um outro nível de percepção. É uma revolução silenciosa comandada por mulheres – mães, tias, madrinhas, professoras, filhas… Para citar um exemplo simples e comum ao universo das mulheres, comentei com a minha filha que tínhamos que comprar uma nova mochila; um modelo com rodinhas. Além de ser o modelo mais recomendado pelos ortopedistas, costumo associar esse produto à praticidade. Ledo engano! Minha filha explicou, com riqueza de detalhes, que a mochila seria um transtorno, pois teria que carregar 5,7 quilos escadaria acima. O fato é que como estuda em uma sala instalada no primeiro andar – e a escola proíbe os alunos de arrastá-las na escada – a dita mochila pesada teria que ser carregada.

Aliás, a pequena consumidora informou que compraríamos uma mochila simples: que faria um escalonamento do material escolar para carregar menos peso. Entendi, rapidamente, que nossos filhos estão se tornando consumidores mais reflexivos e práticos, pessoas que pensam na real necessidade de consumir! Pensei no argumento e cheguei à conclusão que as mulheres têm influenciado o consumo no Brasil muito mais do que pensamos.

Na pesquisa O Mundo de Vênus – concluída pela Shopper Experience no ano passado – as entrevistadas declararam que acreditam que as mulheres de hoje são muito mais informadas; esse nível de informação tem um grande impacto na forma de consumir da família brasileira. É fato que as mulheres estão educando novos consumidores. Para elas, a educação dos filhos é pautada pelo ensino de valores morais; respeito ao próximo e a si; e sustentabilidade. É nesse contexto que está o consumo responsável. Na prática, chegamos a um momento interessante de amadurecimento do consumidor brasileiro; estamos, no que costumo chamar, de a primeira etapa rumo à era do consumo consciente. Ou seja, o consumidor está consciente do seu poder de compra, consciente dos seus direitos e consciente da importância, ou falta de importância, do produto/serviço na sua vida.

A pesquisa mostra, ainda, que o nível de exigência dessa nova mulher é bem alto. A insatisfação com produtos e serviços é maior entre as consumidoras do que entre os homens – até por uma questão matemática. São elas que, diariamente, tomam grande parte das decisões de consumo da família. A pesquisa aponta que essa insatisfação alcança patamares elevados pela própria natureza da mulher. Quando compra um produto alimentício para os filhos, por exemplo, se a marca não cumprir o que promete, essa consumidora vai até as últimas instâncias para reclamar e fazer valer os seus direitos. Além disso, o alto poder influenciador entre amigos, familiares e nas redes sociais pode comprometer a imagem das marcas. Estamos diante de um poder feminino que está transformando as relações de consumo no Brasil.

Sobre Stella Kochen Susskind

Administradora de empresas graduada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e pós-graduada em Franchising pela Franchising University (Estados Unidos), Stella Kochen Susskind é pioneira no Brasil na avaliação do atendimento ao consumidor por meio do “Cliente Secreto®”. A executiva preside a Shopper Experience – empresa de pesquisa que representa uma evolução do modelo – e a divisão latino-americana da Mystery Shopping Providers Association, atuando, ainda, como diretora da Mystery Shopping Providers Association Europe e membro do Global Board. É autora do livro “Cliente secreto: A metodologia que revolucionou o atendimento ao consumidor”, lançado pela Primavera Editorial. A executiva brasileira ministrou palestras sobre a metodologia na Argentina, Estados Unidos, Suécia, Espanha, Estados Unidos e Grécia.