Economizar é prioridade para a PMC

Foi destaque na última reunião do secretariado a necessidade de economia na Prefeitura para enfrentar a queda de repasses federais e estaduais que impactam as finanças do Município. O Secretário de Administração, Antonio Ademildo, relatou as providências de corte de custos e de despesas de pessoal tomadas por recomendação da força-tarefa designada pelo prefeito José Queiroz para cuidar do contingenciamento de recursos.

Até aqui foram registrados avanços na economia de material como, por exemplo, o consumo de papel de impressão, que representou uma economia de 50% com o uso do verso das folhas para fotocopiar documentos da rotina administrativa. Na folha de pagamento foi detectada uma redução de 10%, sobretudo a partir do travamento de recontratações ou preenchimento de vagas derivadas de aposentadorias ou pedidos de demissão.

Os avanços da contenção de gastos, todavia, tendem a ser permanentes porque é constante o aumento das despesas de custeio e de pessoal. A força-tarefa deverá recomendar novos cortes e a escolha de prioridades em todas as unidades do Governo Municipal, atendendo a orientação do Prefeito.

Os investimentos na cidade, em programas e obras, não serão reduzidos, tendo em conta que são derivados de emendas parlamentares federais ou de programas específicos. Assim, o Revitalino, a construção de creches, quadras e unidades de saúde seguirão normalmente seu curso de implantação.

PE no Clima promove debate sobre economia verde

O governador Paulo Câmara realiza a abertura da 4ª edição do Pernambuco no Clima, nesta terça-feira (4), no Teatro do Shopping RioMar, no Recife. O evento reunirá especialista com o objetivo de debater soluções para combater o aquecimento global, reduzir riscos das mudanças climáticas, além de desenvolver políticas e negócios inovadores para viabilizar uma economia de utilização de baixo carbono.
 
A programação conta com a realização de seminários, nos dias 4 e 5, e com a exposição “Inovação Tecnológica para uma Economia Verde”, que trará alguns exemplos de novas tecnologias. Na oportunidade, será lançado o novo canal de comunicação “Clima Business”, que contará com um portal, revista digital, revista-link (síntese impressa), aplicativo e redes sociais. O evento é organizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade em parceria com outras instituições.

Em rede social, Cunha diz que Câmara não tem culpa por ‘paralisia econômica’

Da Folhapress

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou na manhã deste sábado sua conta na rede social Twitter para negar que esteja preparando uma “pauta-bomba” para prejudicar a presidente Dilma.

Ele afirmou ainda que o congresso não tem culpa pela “paralisia da economia, a recessão, os juros elevados e a queda de arrecadação”, que atribuiu à “situação de descontrole”.

Cunha rompeu publicamente com o governo desde que veio à tona a informação de que o lobista Júlio Camargo o aponta como destinatário de US$ 5 milhões em propina. Cunha diz que o governo está por trás das acusações contra ele na Lava Jato.

Nos bastidores, ele ameaça dar sequência a uma “pauta-bomba” na Câmara, aprovando projetos que representem rombos no já apertado Orçamento federal, e a autorizar o início da tramitação de um pedido de impeachment contra Dilma.

Na rede social, o deputado disse que todos os projetos debatidos na Câmara são da agenda “remanescente do primeiro semestre, acrescida das prestações de contas dos governos anteriores.” Em uma série de 14 tuítes em um intervalo de poucos minutos, ele justifica as correções do FGTS e do judiciário e a PEC da advocacia pública.

A declaração seria resposta ao discurso de Dilma aos governadores de todo o país na quinta-feira passada (30), quando pediu ajuda aos chefes nos Estados para evitar a aprovação de possíveis projetos da pauta-bomba no Congresso.

Dilma aproveitou o momento para dizer que “assumiu” o desgaste de vetar algumas medidas de “grave impacto” nas contas públicas, citando o reajuste do salário dos servidores do Judiciário elencado neste sábado por Cunha.

O peemedebista alegou ainda que tem “consciência do momento de crise econômica” e que sempre se pautou contra medidas que aumentem gastos públicos. Ele aproveita ainda para criticar o governo de Dilma, dizendo que poderia ter reduzido gastos com corte de cargos de confiança.

Livrarias também sentem efeitos da crise

Por PEDRO AUGUSTO
Do Jornal VANGUARDA

A crise econômica não está poupando nenhuma época sazonal do comércio de Caruaru. Com influência direta na retração das vendas da Páscoa, Dia das Mães e do São João, esta semana ela acabou fazendo mais uma vítima. Quando se esperava incremento significativo na demanda por materiais escolares por conta do retorno às aulas da rede particular, o que se viu mesmo nas principais livrarias da cidade foi um baixo fluxo de clientes. Nem mesmo as tão cobiçadas promoções conseguiram impulsionar o desejo de consumo dos caruaruenses que, pela queda no volume de dinheiro nos bolsos, se limitaram a comprar o necessário na retomada do ano letivo – a partir desta segunda-feira (3).

Em alguns casos, a intenção ficou apenas na vontade. “Sempre em julho costumava renovar os materiais dos meus três filhos, mas como neste ano o dinheiro não está dando para chegar até o fim do mês, terei de comprá-los somente após o reinício das aulas. Estive visitando as livrarias do Centro para encontrar os melhores preços, mas, mesmo assim, não deu para levá-los logo de cara”, comentou o professor de educação física Charles Ferreira.

Quem teve mais sorte, como foi o caso do autônomo Antônio Carlos, circulou bastante pelas empresas do setor antes de se direcionar até as caixas registradoras. “Com essa inflação e juros altos, meu caro, não tem outro jeito a não ser pesquisar bastante e foi exatamente o que fiz. Depois de comparar os preços nas três principais livrarias da cidade, acabei encontrando o que queria. Mesmo assim, só trouxe o filho mais velho para as compras, afinal, menino pequeno em livraria é sinal de prejuízo. Só levei mesmo o básico”, disse.

Apesar de ficar tentada com as promoções, a dona de casa Vera Araújo também só adquiriu o necessário. “Embora nunca tenha exagerado nesta época, porque sempre reponho o que está faltando, em 2015 precisei diminuir a quantidade de materiais adquiridos.”

Os comentários desanimadores podem ser refletidos no volume de vendas de materiais registrado neste último mês de julho. Sem exceção, todas as livrarias consultadas pelo VANGUARDA apontaram queda nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. “Por conta dessa crise financeira, a situação se encontra difícil em todos os setores do comércio de Caruaru. Como não poderia ser diferente, as livrarias também estão sentindo esses efeitos negativos e, se fizéssemos um comparativo com as vendas de julho do ano passado, quando também aguardávamos pelo reinício das aulas, poderíamos afirmar que elas sofreram uma redução de 40% em 2015”, avaliou o proprietário da Estudantil, Ivan Galvão.

Assim como a concorrente, a Dom Bosco também contabilizou queda no faturamento. “Apesar de nessa época, tradicionalmente, a demanda ser inferior em relação à do início de ano, ela sempre costumava incrementar bastante os nossos faturamentos, haja vista que os pais e os próprios alunos compravam os chamados materiais de reposição, a exemplo dos cadernos, borrachas e canetas. Essa prática não acabou em 2015, mas ocorreu numa proporção bem menor em comparação aos anos anteriores”, analisou o diretor-executivo João Bosco.

“Baixamos os preços dos cadernos e mochilas, fizemos promoções, mas, mesmo assim, nosso movimento ficou muito aquém do esperado”, complementou o gerente de vendas da Livraria Cabral, Jaciel Ferreira.

Estudo sobre impacto econômico do hub da TAM deve ser finalizado em duas semanas

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O relatório da consultoria Oxford Economics, contratada pela TAM para analisar o impacto econômico da instalação do hub do grupo no Nordeste, deve ser finalizado em duas semanas. Na metade de julho, a empresa aérea contratou a empresa inglesa Oxford Economics e a canadense Arup para mapear os pontos positivos e negativos dos aeroportos de Fortaleza, Recife e Natal, que disputam hub (centro de voos internacionais e nacionais).

De passagem por São Paulo, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), encontrou-se com a presidente da TAM, Cláudia Sender, que informou ao gestor detalhes sobre o calendário.

No encontro, Câmara explicou a Sender as negociações que vem mantendo com o Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica, Ministério da Aviação Civil e Infraero sobre a cessão de terrenos, que hoje são militares, para ampliar a área da aviação comercial no Aeroporto dos Guararapes.

“As conversas estão sendo positivas. Acredito que o governo federal vai viabilizar essas novas áreas, pois elas são importantes para o futuro do aeroporto, que hoje é um dos melhores do Brasil, reconhecimento que vem dos próprios usuários”, disse Paulo.

Claudia Sender garantiu ao governador de Pernambuco que os critérios técnicos e econômicos é que vão pautar a escolha da empresa. A decisão será anunciada até o final deste ano.

77% dos brasileiros dizem que excesso de burocracia prejudica o crescimento econômico

Os brasileiros acreditam que o excesso de burocracia aumenta os gastos
públicos, estimula a corrupção e a informalidade e é um dos principais
entraves ao crescimento econômico. Por isso, a redução da burocracia deve
ser uma das prioridades do governo.  As conclusões são da pesquisa Retratos
da Sociedade Brasileira – Burocracia, feita pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI), em parceria com o Ibope, com 2.002 pessoas em 142
municípios.

De acordo com a pesquisa, 77% dos entrevistados consideram o Brasil um país
muito burocrático ou burocrático, e 62% dizem que a redução da burocracia
deve ser uma das prioridades do governo. Entre os entrevistados, 74%
concordam total ou parcialmente que o excesso de burocracia desestimula os
negócios, incentiva a corrupção e a informalidade e faz o governo a gastar
mais do que o necessário. A pesquisa indica que 77% acreditam que o excesso
de burocracia é uma das principais dificuldades para o crescimento da
economia brasileira. Entre as pessoas com renda familiar acima de cinco
salários mínimos, esse número sobe para 82%.

A pesquisa mostra ainda que 60% das pessoas concordam totalmente ou em
parte que a burocracia afeta mais as empresas do que os cidadãos. Além
disso, 75% afirmam que o excesso de burocracia eleva os preços dos produtos
e serviços. Na região Sul, esse número aumenta para 84% e, no Sudeste,
alcança 80%.

Baseados na própria experiência ou no que já ouviram falar, os brasileiros
acreditam que os serviços ou procedimentos mais complicados são: em
primeiro lugar, encerrar uma empresa, em segundo, abrir ou constituir uma
empresa, em terceiro, comprar um imóvel, em quarto, fazer um inventário e,
em quinto lugar, requerer aposentadoria ou pensão. Na sequência, vem tirar
passaporte, conseguir licenças para construção ou reforma da casa e alugar
um imóvel.  Os procedimentos considerados menos difíceis são: tirar o CPF,
tirar a carteira de identidade, tirar carteira de trabalho, fazer o
registro de nascimento e o de casamento.

*AJUDA DE ESPECIALISTAS *- Na opinião da população, fazer a declaração do
Imposto de Renda é o procedimento que mais requer ajuda especializada: 29%
das pessoas contrataram um profissional ou empresa especializada para
prestar contas à Receita Federal, e 12% pediram ajuda de parentes ou
amigos. Em seguida, aparece o encerramento de empresa, procedimento para o
qual 27% contrataram empresa especializada. O mesmo ocorreu com as pessoas
que abriram uma empresa.

Entre os procedimentos em que os entrevistados menos precisaram de ajuda
estão limpar o nome na Serasa ou no Serviço de Proteção ao Crédito, pedir o
desligamento de serviços de água e luz, e receber direitos trabalhistas,
como FGTS e seguro desemprego. Nesses três casos, mais de 90% das pessoas
afirmaram terem feito o trabalho sozinhas.

Na avaliação de 77% dos brasileiros, os documentos de identificação, como
carteira de identidade, CPF, carteira de motorista, título de eleitor e
cartão do PIS-Pasep deveriam ser unificados. “A medida reduziria o excesso
de documentos exigidos para que os cidadãos possam exercer seus direitos e
deveres”, diz a pesquisa da CNI. Entre as pessoas com renda familiar
superior a cinco salários mínimos, 81% defendem a unificação dos documentos
de identificação. O número cai para 70% entre os que têm renda familiar de
até um salário mínimo, informa a pesquisa feita entre 5 e 8 de dezembro de
2014.

Dólar deve se manter em novo patamar após elevações, avaliam economistas

As sucessivas elevações do dólar nos últimos dias, que resultaram na maior taxa em 12 anos, trouxeram o câmbio para um novo patamar, avaliam especialistas entrevistados pela Agência Brasil. Ontem (28), o dólar comercial fechou o dia vendido a R$ 3,369, com alta de 0,149%.

O economista Sílvio Campos Neto, da empresa de consultoria Tendências, avalia que a variação cambial colocou o real em um nível ajustado com o atual cenário negativo da economia brasileira. “A taxa de câmbio já se desvalorizou bastante, e neste momento o espaço para novas altas é menor. Você ainda pode ser surpreendido por alguns movimentos de alta nas próximas semanas, mas o espaço é bem menor”, apontou.

Para o economista Mauro Rochlin, professor da Fundação Getulio Vargas, a oscilação entre R$ 3,30 e R$ 3,50 deve se manter, caso não haja grande alteração do cenário econômico e político, que, na avaliação dele, já é bastante turbulento. “Até onde a vista alcança, o patamar é este”, declarou. Entre os fatores que poderiam reverter o movimento, ele cita a ampliação da possibilidade de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, rebaixamento mais significativo de nota das agências de risco e uma saída mais forte de capital.

Sobre a revisão da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que revisou a perspectiva da nota para negativa, os especialistas apontam que o movimento já era esperado. “Temos um panorama pouco favorável. A decisão confirma esse mal-estar e mostra como o ambiente deve continuar diverso nos próximos meses”, avaliou Campos Neto.

Rochlin lembrou que normalmente a mudança de perspectiva antecede uma mudança de nota. “A ideia é fazer a coisa paulatinamente para ir alertando os clientes de como vai a economia do país, como vai a chance de calote dos títulos [públicos], como anda o risco de crédito”, apontou.

Os economistas destacam, como fato que desencadeou a elevação do dólar, a má interpretação, pelo mercado, da revisão de metas de superávit primário. Mas reforçam que há elementos adicionais, como a deterioração do ambiente político e fatores externos como a queda da bolsa na China. Ontem (27), a Bolsa de Valores de Xangai caiu 8,48%, a maior queda diária desde 2007, por causa da divulgação de indicadores econômicos que mostram desaceleração da economia chinesa.

O professor da FGV acredita que a economia brasileira ainda deve sentir de forma mais intensa os impactos das oscilações da economia chinesa. “Havendo, de fato, um problema maior em relação ao mercado chinês, isso deve contagiar a percepção de risco de grandes investidores internacionais, portanto, eles devem diminuir a exposição em relação a mercados emergentes”, avaliou.

O consultor da Tendências, Campos Neto, explica que a desvalorização do real tem impacto no poder de compra dos brasileiros. “É um movimento esperado, e sempre acontece em momentos de ajuste como este. Da mesma forma que, na década passada, o real foi se valorizando em relação ao dólar e as famílias se sentiram mais ricas por conta disso, agora é movimento de ajuste inverso”, apontou.

Ele acrescenta que, somado a este fato, o panorama local de contenção de crédito e aumento do custo de financiamentos cria um cenário negativo para o consumo em geral. “O ano de 2015 é preocupante do ponto de vista das famílias”, avaliou.

Capacidade de reação da economia determinará ajuste fiscal, dizem especialistas

Da Agência Brasil

Provocada pela contração da economia, a redução da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) deste ano para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) provocou turbulência no mercado financeiro. O dólar fechou a semana na maior cotação em 12 anos em meio a temores de que o governo não consiga estabilizar as contas públicas.

Segundo economistas ouvidos pela Agência Brasil, a execução do ajuste fiscal não depende apenas do empenho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para eles, apenas a capacidade de reação da economia brasileira, com a queda da inflação e a retomada gradual do crescimento, determinará se o governo conseguirá ampliar o esforço fiscal nos próximos anos até que o superávit volte a 2% do PIB em 2018.

Para o economista-chefe da Sulamérica Investimentos, Newton Rosa, não havia como manter a meta anterior, de 1,1% do PIB para 2015, com a queda na arrecadação e as dificuldades do governo em cortar despesas obrigatórias nas votações do Congresso.

“Houve perda de receita. O governo não tem mais como aumentar impostos e não tem margem forte para cortar despesas. Então o que restou foi reduzir a meta [de superávit] para próximo de zero”, afirma Rosa. “A questão nem chega a ser o Congresso, mas a forte recessão que se abateu sobre a economia. Sem perspectiva de crescimento, o esforço fiscal torna-se mais difícil.”

Membro do Conselho Federal de Economia e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luciano D’Agostini discorda de que o quadro político não tem interferido na economia. Para ele, o Congresso tem grande parte de culpa nas dificuldades do ajuste fiscal. “Até agora, o governo cortou despesas discricionárias [não obrigatórias]. O corte de despesas obrigatórias depende do Congresso, que desidratou o pacote de ajuste fiscal, e de reformas institucionais que o país não fez”, diz.

O professor da UFPR diz que o país entrou em um círculo vicioso, em que o governo adota medidas de austeridade que não se realizam porque a arrecadação cai. “Quando o governo aumentou impostos e preços como combustíveis e energia, isso elevou a inflação e sufocou o trabalhador, que está endividado e tem menos poder aquisitivo. Num país em que 60% do PIB dependem do consumo das famílias e das empresas e a população tem baixa escolaridade e baixa produtividade, a queda do poder de compra é fatal para a economia”, analisa.

Newton Rosa aponta diferenças entre o Brasil e alguns países da Europa, que enfrentam fortes recessões após medidas de austeridade. “Em primeiro lugar, a dívida pública no Brasil não é tão grande como na Europa. E lá, eles têm a moeda única, que não permite que a inflação e o câmbio façam o ajuste e provoca mais desemprego do que aqui”, pondera.

Os dois economistas divergem quanto ao futuro da economia. Para Rosa, a diminuição do superávit primário atrasou a estabilização da dívida pública, mas ele acredita que o ajuste fiscal ainda é possível ser retomado nos próximos anos. “Na verdade, o que o governo fez foi prolongar o ajuste fiscal que deveria levar à estabilização da economia porque os custos estão altos e a margem de manobra para cortar despesas é pequena”, diz.

Para D’Agostini, o país só sairá do ciclo de recessão se fizer reformas estruturais, investir em educação e fizer um pacto social para não aumentar os juros e reduzir os lucros dos bancos. “A Constituição precisa ser mudada para dar mais flexibilidade para a economia, e o país precisa aumentar a produtividade qualificando a mão de obra. Sem isso, não vejo como o Brasil pode voltar a crescer e controlar a dívida pública.”

Na entrevista coletiva em que anunciou a redução da meta de superávit, na última quarta-feira (22), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou que a medida ajuda a reduzir as incertezas em torno da economia ao aumentar a transparência das contas públicas. “Damos uma informação importante, e isso ajuda a orientar as decisões importantes dos agentes econômicos. As incertezas das mais diversas fontes têm afetado não só a economia, mas a arrecadação. A Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal nos dão um mecanismo precioso para isso, tentar reduzir a incerteza e dar uma orientação clara de qual é a nossa estratégia”, declarou Levy, na ocasião.

“Ajustar a meta não quer dizer reduzir esforço fiscal”, diz Levy à GloboNews

Do G1

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, em entrevista ao programa GloboNews Miriam Leitão, que é uma ilusão pensar que a mudança na meta fiscal significa que o governo vai agora afrouxar ou que acabou o ajuste. “Ajustar a meta não quer dizer reduzir o esforço fiscal, não quer dizer mudar a estratégia”, garantiu.

Levy afirmou que a redução da meta do superávit primário tem como objetivo diminuir a incerteza na economia.

“Nós não jogamos a toalha. Pelo contrário. Vamos continuar nossa política com muito vigor. Mas tem que ser uma política realista.  Acho que nesse momento tudo o que é preciso é diminuir a incerteza. Temos uma meta muito clara, ela permite as pessoas fazerem seus planos, tomarem suas decisões com mais segurança. Nesse momento o que a gente quer é segurança”, disse.

Em relação à alta da inflação, o ministro afirmou que o momento é difícil e que o país está no meio de uma travessia: “Parece tudo muito complicado, mas a gente sabe que lá na frente a gente vai sair.”

Para o ministro, com as medidas tomadas pelo governo no início do ano, o país agora estabilizou. “A gente parou de piorar do ponto de vista estrutural e está começando a melhorar”, ressaltou.

O ministro está otimista em relação às negociações com o Congresso para aprovar as medidas de revisão fiscal anunciadas nesta semana.  “No Congresso, minha expectativa para o segundo semestre é de que cada vez mais as pessoas vão estar entendendo melhor as medidas e reagindo de uma maneira que não gere equívocos, mas, ao contrário, nos ajudando a acelerar a volta ao crescimento.”

Medidas tomadas diminuíram risco do país, diz Levy

levy

Agência Brasil

As medidas tomadas pelo governo para ajustar a economia reduziram o risco de um novo rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil, disse ontem (22) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ele, a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – foi reduzida para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) por causa de dificuldades temporárias que fizeram a arrecadação ficar abaixo do previsto. Ele assegurou que o governo tem condições de alcançar a nova meta de R$ 8,747 bilhões de esforço fiscal.

“Temos perfeita consciência da magnitude do movimento que estamos fazendo. Sabemos que é uma mudança. Acreditamos que [o baixo superávit primário] é um fenômeno temporário, decorrente de uma série de fatores que inviabilizaram o cumprimento da meta neste ano”, disse o ministro. “Também estaremos preparados para uma realização fiscal acima desta prevista [0,15% do PIB], na medida em que esses elementos se dissiparem”, salientou.

De acordo com o ministro, o governo, nos últimos meses, conseguiu diminuir riscos externos que interferiram na economia, no fim do ano passado e início deste ano, como a situação da Petrobras e a ameaça de racionamento de energia. Levy admitiu, no entanto, que as medidas de ajuste fiscal foram impopulares.

“No começo do ano, tínhamos riscos muito grandes na economia, como a possibilidade de downgrade [rebaixamento da nota] da Petrobras e o risco energético. O governo tomou decisões firmes e enérgicas. Nem todas populares. Num primeiro momento, as ações do governo não são populares, mas todo mundo entende isso, inclusive o Congresso”, argumentou Levy.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que a nova meta de superávit primário não deverá impactar a nota do Brasil, concedida pelas agências estrangeiras de classificação de risco. Segundo ele, as estimativas estão em linha com as projeções das instituições financeiras, e a elevação do esforço fiscal nos próximos anos garantirá a diminuição da dívida pública no médio prazo.

“As agências de risco e os investidores olham para a trajetória, que é de elevação do [superávit] primário [a partir de 2016]. Os parâmetros são consistentes e realistas, e batem com os cenários que as instituições financeiras fazem fora do governo. As estimativas estão consistentes com a avaliação de risco”, declarou Barbosa.

Em relação ao contingenciamento (bloqueio de verbas) adicional de R$ 8,6 bilhões, o ministro do Planejamento esclareceu que o corte de gastos “não obrigatórios” não será linear entre os ministérios, com intensidades diferentes de corte para cada pasta. Ele assegurou, contudo, que todos os ministérios serão afetados. O decreto com a redução dos limites de gastos dos ministérios será publicado nos próximos dias, no Diário Oficial da União.