Mercado avalia que economia brasileira deve encolher em 2015

Investidores e analistas do mercado financeiro estimam que a economia deve encolher 0,42% em 2015. Os números estão no Boletim Focus divulgado semanalmente pelo Banco Central. A produção industrial deve encolher 0,43%, informa a publicação.

Para a inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o mercado elevou a taxa de 7,15% para 7,27%. A expectativa é que o dolar feche o ano cotado a R$ 2,90 e a taxa básica de juros fique em 12,75% ao ano. Os preços administrados, que são controlados pelo governo como as tarifas de luz e a gasolina, têm elevação estimada em 10% ante os 9,48% previstos anteriormente.

O mercado financeiro não está otimista em relação à Dívida Líquida do Setor Público, que deve passar de 37,2% para 38% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas do país.

O déficit em conta corrente, um dos principais indicadores das contas externas, deve permanecer em US$ 78 bilhões, segundo a estimativa do mercado, com o saldo da balança comercial previsto em US$ 5 bilhões e os investimentos estrangeiros diretos, em US$ 60 bilhões.

Receita Federal deposita hoje lote residual do Imposto de Renda

A Receita Federal deposita hoje (18) R$ 300 milhões em restituições do lote residual do Imposto de Renda Pessoa Física das declarações de 2008 (ano-base 2007) a 2014 (ano-base 2013). Ao todo, foram contemplados 160.715 contribuintes.

As consultas ao lote residual podem ser feitas pelo site da Receita Federal, pelo telefone 146 ou pelos aplicativos da Receita Federal para tablets e smartphones.

Caso o valor não seja creditado nas contas informadas na declaração, o contribuinte deverá receber o dinheiro em qualquer agência do Banco do Brasil.

Também é possível ligar para os telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, no nome do declarante, em qualquer banco.

Receita abre hoje consulta a lote da malha fina do Imposto de Renda

A Receita Federal liberou, nesta manhã, consulta ao lote residual do Imposto de Renda Pessoa Física das declarações de 2008 (ano-base 2007) a 2014 (ano-base 2013).  Ao todo, foram contemplados 160.715 contribuintes, que receberão R$ 300 milhões.

As restituições terão correção de 9,11%, relativa às declarações de 2014, a 66,69%, para as declarações de 2008. Os índices equivalem à taxa Selic – juros básicos da economia – acumulada entre o mês de entrega da declaração até este mês.

A relação dos contribuintes estará disponível na página da Receita Federal na internet. A consulta também pode ser feita pelo telefone 146 ou nos aplicativos da Receita Federal paratablets e smartphones.

Caso o valor não seja creditado nas contas informadas na declaração, o contribuinte deverá receber o dinheiro em qualquer agência do Banco do Brasil. Também é possível ligar para os telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, no nome do declarante, em qualquer banco.

Despesa com lazer é o que mais traz gastos para o bolso do consumidor, diz pesquisa SPC Brasil

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz revela que o lazer é a categoria de consumo que traz mais gastos mensais para o bolso do consumidor brasileiro. Em média, o brasileiro que direciona suas despesas ao lazer gasta R$ 389 por mês com atividades de entretenimento (cinema, boates, bares e outras), R$ 223 com produtos em geral (roupas, calçados, acessórios e outros) e R$ 137 em serviços (telefonia móvel, tevê a cabo, plano de saúde e outros). O estudo foi realizado junto a 620 pessoas maiores de 18 anos, de todas as 27 capitais brasileiras.

A pesquisa também elencou o ranking de gastos mensais da cesta do consumidor brasileiro com atividades de lazer. Em primeiro lugar aparecem as viagens de fim de semana (R$ 425). Já em segundo lugar surgem as saídas para boates (R$ 320), seguidas pelas idas a restaurantes sofisticados (R$ 301) e pelas idas aos restaurantes do dia a dia (R$ 247). Em seguida se destacam as saídas para bares (R$ 174).

A prioridade concedida aos gastos com experiências de lazer fica ainda mais explícita quando se observam fatores relacionados a uma decisão de compra. Fundamentalmente, a pesquisa indica que o consumo está conectado a sensações como realização (80%), felicidade (80%) e segurança (43%) – eram múltiplas as opções de resposta. Dentre os itens menos citados, temos culpa (8%), tristeza (6%) ou insegurança (8%).

Ticket médio ressalta diferenças entre classes sociais

Com relação ao perfil socioeconômico, o estudo aponta algumas diferenças significativas: para 43% dos entrevistados das classes A e B, as experiências de lazer constam entre as categorias com maiores gastos. Já entre os consumidores das classes C, D e E, este percentual é de 30%.

O mesmo ocorre com as viagens de fim de semana. Para os entrevistados das classes A e B, os gastos mensais com viagens de fim de semana são de R$ 573, enquanto que na Classe C, D e E, essas despesas são de R$ 281. A ida a restaurantes com familiares e amigos também aponta disparidade semelhante em relação ao ticket médio mensal: R$ 348 nas classes A e B e R$ 178 na Classe C, D e E. Somando os gastos com viagens de fim de semana e idas a restaurantes do dia a dia, observa-se que os entrevistados mais abonados gastam o dobro em relação aos consumidores das classes C, D e E: R$ 921, contra R$ 459.

“É importante lembrar que os consumidores valorizam muito as atividades de lazer, independentemente do perfil socioeconômico ao qual pertencem. A diferença é que as pessoas das classes mais abonadas têm mais sobras no orçamento para arcar com estes gastos. Mas, de modo geral, todos gastam com lazer dentro do limite orçamentário disponível de cada um”, observa Kawauti.

Custo médio da energia para a indústria subiu para R$ 403,8 por MWh, diz Firjan

O custo médio da energia para a indústria brasileira subiu de R$ 402,2 por megawatt-hora (MWh) para R$ 403,8 por MWh, diz o estudo Quanto Custa a Energia Elétrica para a Indústria do Brasil?, divulgado hoje (4) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O aumento é de12% em relação ao custo médio de R$ 360,7 registrado no final de 2014. O valor considera a entrada em vigor da bandeira tarifária mais os primeiros reajustes do ano, informou à Agência Brasil o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Cristiano Prado.

Com isso, a previsão de aumento do custo da energia para a indústria foi atualizada pela Firjan, passando de 27,3% no ano passado para 34,3%, devido ao fim do subsídio do Tesouro Nacional. “Considerando que provavelmente teremos bandeira tarifária vermelha o ano inteiro, a previsão de aumento chega a 40% para este ano. Isso sem incluir o aumento do custo de energia de Itapu, que vai ser repassado, e o que as distribuidoras  podem pedir de reajuste extraordinário, que não sabemos quanto é”, disse Prado. A expectativa é que o custo da energia para a indústria nacional supere 40% no decorrer deste ano, podendo atingir em dezembro R$ 504,81 por MWh.

Prado disse que a discussão que tem de ser feita é como se pode diminuir, eventualmente, o impacto disso sobre a indústria. “Ninguém quer fazer estripulia no setor. Já percebemos que tem que ser feito de forma estrutural mas, para discussão, sempre defendemos a redução dos impostos, e o governo sempre disse que isso diminuiria a arrecadação. Agora, porém, no momento em que a base está aumentando muito, talvez seja possível reduzir os impostos e, ainda assim, aumentar a arrecadação. Esse é um caminho que pode e deve ser discutido.”

Para ele, a gravidade do aumento do custo da energia não atinge somente a indústria. “Atinge o país como um todo. Engloba o preço dos produtos que chegam à mesa do trabalhador, que vão ficar mais caros e eleva o custo também das mercadorias exportadas pelo Brasil”, disse o economista. A situação pode pôr em risco a indústria nacional, avaliou.

O Brasil ocupa atualmente a sexta posição entre os 28 países que têm o custo de energia mais caro do mundo para a indústria. A liderança do ranking é ocupada pela Índia, com custo de R$ 596,96 por MWh.

No ranking estadual de custo médio industrial, o Pará apresenta o maior custo (R$ 548,88), e o Amapá, o menor (R$ 324,65). São Paulo perdeu uma posição e passou para a décima sétima colocação, com o aumento de 0,7% no custo da energia após o reajuste das distribuidoras CPFL Jaguari, CPFL Mococa, CPFL Santa Cruz, CPFL Sul Paulista e CPFL Leste Paulista.

Empresas falham na gestão de riscos, diz pesquisa

Mais da metade das empresas, 56%, não estão devidamente protegidas caso uma fraude aconteça, 21% não estão preparadas para tratar uma denúncia e 21% não sabem se estão. É o que mostra uma pesquisa online que acaba de ser finalizada pelo escritório Quagliato Advogados. Participaram do levantamento executivos e advogados de 48 empresas instaladas no Brasil. A maioria localizada nas regiões sul e sudeste, sendo 25 (52%) de grande porte,  e 23 (48%) pequenas e médias com até 500 funcionários. De acordo com Pedro Quagliato, advogado que há 14 anos atua na gestão de compliance e responde por esta área no escritório, o estudo  tem como objetivo indicar quais os pontos fracos no combate à corrupção corporativa. O levantamento indica que o risco de fraude nas organizações menores pode contaminar os negócios das maiores, adverte. Isso porque, só 26% das pequenas e médias empresas contra  40% das grandes estão resguardadas contra fraudes e a terceirização é um processo crescente nos negócios.

Um ano depois da entrada em vigor da Lei anticorrupção 12.846 no país que ainda aguarda regulamentação federal, o levantamento também mostra que a nova lei   fez 46% das empresas implantarem algum novo mecanismo de controle. Apesar de 44% afirmarem que estão em conformidade  com a nova regra, os controles de compliance só são adequados e efetivos para 29%, índice que cai para 13% entre as pequenas e médias empresas.

Falta transparência

Quagliato lembra que um dos maiores problemas no mundo corporativo é a falta de transparência que está afastando investidores e consumidores depois das fraudes na Petrobras. Ele ressalta que  embora 81% das empresas declarem ter um código de ética e/ou políticas internas anticorrupção, só 60% apontam esta ferramenta como um mecanismo para garantir o compliance. “Significa que o conceito não está claro em muitas organizações”, observa. O primeiro passo para ter um programa de compliance e fechar as portas para a corrupção  é estabelecer regras claras de conduta e ética. Quatro em cada 10 empresas não enxergam isso,  destaca.

Ferramentas

A pesquisa revela que os  mecanismos mais utilizados no combate a corrupção são:

  • Código de conduta e ética – 60%
  • Canal de denúncia – 54%
  • Treinamento de funcionários – 52%

O advogado ressalta que  46% das empresas estão expostas a fraudes por falta de um canal de denúncias. As principais  vantagens do canal de denúncias é o fácil acesso via site da empresa ou 0800 e a garantia de anonimato do denunciante. Por isso, o advogado diz que quando bem gerenciado e divulgado chega a aumentar em 40% as denúncias e reduz prejuízos causados por ações de má fé.

Riscos

O estudo também mostra que o mapeamento das relações com terceiros é negligenciado pelas empresas. Só para se ter uma ideia, os treinamentos e auditorias de terceiros são realizados por 23% e 33% dos participantes respectivamente. Quagliato lembra que a lei 12.846 prevê punição ao pagamento de propina, fraude de licitações ou contratos e qualquer ato que prejudique a administração pública nacional ou estrangeira. Por isso, auditoria e o treinamento de terceiros são essenciais. As empresas que não fizerem a lição de casa pagam caro pela negligência. Além das pesadas multas que podem variar de 0,1% a 20% do faturamento bruto e chegar a R$ 60 milhões nos casos em que o faturamento não possa ser aferido, o prejuízo à imagem é intangível e pode demorar décadas para ser recuperado, conclui.

 

Economia criativa é mote de ações do Sebrae/PE no Porto Musical

A partir desta quarta-feira (04), o Bairro do Recife recebe mais uma edição do Porto Musical, evento voltado para profissionais da área da música cuja programação é formada por seminários, speed-meetings, mesas-redondas e shows. Mas o evento, que chega à sétima edição este ano, também abre espaço para a realização de negócios na área da economia criativa.

“O Sebrae chega para consolidar o que o Porto Musical propõe e ampliar os resultados. Num mesmo espaço estarão reunidas pessoas de vários lugares do mundo, apresentando e conhecendo trabalhos com o objetivo de gerar negócios. É uma excelente oportunidade para músicos, produtores, programadores e outros profissionais”, afirma o gerente de Turismo, Gastronomia e Cultura do Sebrae em Pernambuco, Alexandre Ferreira.

Nesse sentido, a entidade de apoio aos micro e pequenos negócios marca presença no encontro por meio de iniciativas de estímulo ao empreendedorismo e aos negócios. Uma delas é a operacionalização da Rodada de Negócios, que será realizada no Teatro Apolo. Serão dois dias de ação, nos quais se tem a expectativa de reunir 15 empresas âncoras e 60 empresas flutuantes, totalizando 600 encontros. A previsão é que a Rodada de Negócios, a primeira do evento a contar com as métricas da metodologia Sebrae, gere um montante de R$ 3,6 milhões em negócios durante o Porto Musical e nos 12 meses seguintes aos encontros.

Além das Rodadas de Negócios, o Sebrae em Pernambuco vai ser responsável pela realização da primeira edição da Feira Porto Exibe, destinada à comercialização de produtos e serviços na área da economia criativa. Com um total de 212m² de área de exposição na Torre Malakoff, a feira vai levar ao público 30 unidades produtivas dos seguimentos de música, artesanato musical, moda e alimentação. O espaço vai promover ainda orientação empresarial e atendimento para os empreendedores do segmento musical.

Realizado desde 2005, o Porto Musical vem reunindo artistas, gestores públicos e privados, representantes de selos, gravadoras e instituições culturais em geral, bem como demais interessados em conhecer as tendências do mercado fonográfico. As atividades seguem até sábado (07) e acontecem no Bairro do Recife, local em que estão localizados o Porto do Recife e o maior parque tecnológico do País, o Porto Digital.

 

Para Humberto, medidas do Governo garantem equilíbrio da economia

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, avaliou como “necessário ao momento” o pacote de ações anunciado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na última segunda-feira (19). Para o senador, mesmo que algumas das medidas anticíclicas não sejam inicialmente bem recebidas, como elevação de tributos, elas terão o condão de manter a economia brasileira aquecida e equilibrada a médio e longo prazos.

As ações anunciadas por Levy são o aumento de PIS/Cofins e Cide sobre combustíveis; a equiparação do IPI industrial ao atacadista para o setor de cosméticos; a majoração da alíquota de IOF de 1,5% para 3% sobre o crédito ao consumidor e crédito imobiliário; e a alteração da alíquota de importação de 9,25% para 11,75%.

Segundo Humberto, as medidas já tiveram o efeito imediato de restabelecer a confiança dos investidores internacionais no mercado brasileiro. “As bolsas têm subido e o dólar caído. Essas medidas vão atrair recursos e com isso ajudar a desenvolver a economia e ampliar o emprego. Também vamos garantir o superávit primário, equilibrar as contas e impedir que o fantasma da inflação descontrolada possa voltar. A expectativa é de que o governo garanta R$ 20,63 bilhões a mais em arrecadação este ano”, afirmou Humberto.

O parlamentar ressaltou, ainda, que o pacote não compromete as políticas sociais do Governo Federal, como os programas Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida, e que irá até mesmo estimular alguns setores da economia nacional. “São ações emergenciais, mas que irão, por exemplo, reaquecer o setor sucroalcooleiro, tornando o álcool mais competitivo frente ao diesel e à gasolina, o que é extremamente importante para algumas regiões do País, como o Nordeste”, afirmou Humberto.

O senador lembrou, também, que a atual conjuntura mundial é de grande dificuldade. “A gente vê o cenário lá fora e é de muitos problemas para países como França, Alemanha e até mesmo a China. Muitos estão sob o risco da recessão, com grandes taxas de desemprego. Vivemos uma crise generalizada, mas o pacote é exatamente para assegurar que esse quadro que se abate sobre o mundo não faça mais estragos na nossa economia”, ponderou o senador.

Ajustes Econômicos

Por Maurício Assuero, economista e professor

As medidas anunciadas pelo governo, sem sombra de dúvida, estão agradando o mercado. Ironicamente, o mercado torce por uma política expansionista, como vinha acontecendo, e depois pede ajuste fiscal. Parece contraditório, mas tem o seu fundamento: a expansão não pode se sustentar no desequilíbrio fiscal. O governo favoreceu setores com renúncia fiscal, mas isto foi feito muito mais pela decisão política do que por uma análise econômica criteriosa. Mais um coisa a gente precisa aceitar: se Dilma tivesse colocado estes ajustes como programa de governo, durante a campanha, seguramente não teria sido eleita.

Aumento de imposto é sempre uma ação indigesta (cabe lembrar uma campanha publicitária da FIEPE – Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, salvo engano, onde se dizia “se fosse bom não seria imposto”). Ninguém gosta, quase todo candidato diz que vai lutar contra, etc. A carga tributária no Brasil está na casa dos 40% do PIB e aí vem o governo resgatando a CIDE –Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico (R$ 0,22 por litro de gasolina e R$ 0,15 por litro de diesel) tem impacto sobre todos os produtos da economia porque afeta o frete além de afetar o bolso do contribuinte ao abastecer o veículo. Mas o governo precisa arrecadar R$ 20 bilhões de receitas extras, então vamos modificar a alíquota do IOF – Imposto sobre Operação Financeira que passa de 1,5% para 3% nos casos de financiamentos de bens duráveis.

Isso parece pouco porque o contribuinte esperava que a tabela do Imposto de Renda fosse ajustada em 6,5% correspondente a inflação passada. Se isto acontecesse aumentaria a quantidade de pessoas que seriam isentas do imposto de renda, mas Dilma vetou porque o governo precisa de receitas. Não há quem não entenda que tais medidas são necessárias. O que difícil aceitar é que ela prometeu exatamente o contrário na campanha. Tudo isso foi tratado na mídia como o saco de maldade do governo e o ministro Levy cuidou em desfazer essa conotação. De fato, não se pode enxergar isso como maldade. A maldade maior seria não fazer.

Diante de tudo isso surge a dúvida: fazendo estes ajustes o Brasil volta a crescer? Considere que o PIB é composto de quatro variáveis, a saber: consumo, investimento, gastos do governo e exportações líquidas e agora veja que as medidas irão reduzir consumo (porque haverá aumento na taxa de juros e haverá desemprego diminuindo a renda); considere que o aumento da taxa de juros reduz o investimento; considere que os cortes já anunciados dos gastos do governo (só da educação R$ 592 milhões a menos) e responda como pode haver crescimento se há redução em três das quatro variáveis? Precisaríamos ter uma politica de exportação que fosse capaz de cobrir as reduções das demais variáveis. Assim, esqueça crescimento econômico em 2015. Vamos trabalhar agora com o que temos para tentar patamares melhores em 2016. Agora, ruim com isso e pior sem isso. A irresponsabilidade do governo em incentivar gastos foi tamanha ao longo desse período, esperamos que a austeridade anunciada seja real.

 

Proporção certa entre álcool e gasolina pode gerar economia no bolso do consumidor

Invenção brasileira para aproveitar o potencial de etanol que o país tem, a tecnologia flex foi desenvolvida em 2003 para que os veículos pudessem ter rendimento com álcool ou gasolina ou a mistura entre eles. Boa parte da população já dispõe de veículos com esse sistema. Em 2014, dos carros licenciados até outubro, 88,1% dispunha da tecnologia flex, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).

No entanto, ainda há dúvidas sobre como proceder ao abastecer o carro, se existe uma proporção certa ao misturar os combustíveis que proporcione economia, qual deles tem melhor rendimento ou desgasta menos o veículo. A Perkons entrevistou o consultor automotivo Marcus Romaro para esclarecer alguns questionamentos:

Perkons: Sabe-se que a gasolina lubrifica e o álcool desgasta o motor. Se eu abastecer somente com álcool, estou danificando o motor do meu carro?

Romaro: Nos atuais veículos ‘flex’, ao contrário dos movidos exclusivamente a álcool de antigamente, todos os componentes foram desenvolvidos com materiais mais nobres e/ou tratados quimicamente para que sejam resistentes à ação do álcool e mantenham a durabilidade esperada e definida em projeto. Por isso, o motorista pode encher o tanque do veículo somente com álcool sem problemas, especialmente porque a gasolina já possui uma porcentagem de 22% de álcool hidratado em sua composição estabelecida por lei.

Perkons: Existe uma proporção de mistura entre os dois combustíveis que melhora o rendimento do motor flex?

Romaro: Sim, mas não propriamente o rendimento do motor e/ou consumo de combustível em termos absolutos, especificamente pela relação valor gasto versus quilometragem percorrida. Estima-se que uma proporção, entre 10% e 20% de álcool no tanque com o restante de gasolina, possa ocasionar uma economia final em reais – gasta-se um pouco mais para encher o tanque, mas também se roda mais, e há alguma economia na relação – dependendo sempre do tipo do motor e qualidade dos combustíveis utilizados.

Perkons: Se estiver com metade do tanque com gasolina, devo esperar acabar para trocar para álcool?

Romaro: Não. Os motores dos veículos flex são calibrados para funcionarem com qualquer relação de mistura entre álcool e gasolina. A diferenciação é feita praticamente em tempo real pela sonda lambda – dispositivo que envia sinal elétrico à injeção eletrônica do veículo e controla a quantidade de combustível para enviar ao motor –, que através da análise dos gases de combustão envia a informação à central de comado da injeção eletrônica e esta providencia o ajuste do motor automaticamente.

Perkons: Ao trocar de combustível, é preciso rodar um pouco antes de desligar o motor?

Romaro: Não. Entretanto, é importante manter o reservatório de partida a frio sempre cheio com gasolina aditivada de preferência, para não correr o risco de não conseguir se ligar o veículo em dias frios, caso o carro fora abastecido exclusivamente com álcool.