Os negócios de Ciro Nogueira com o governo

De Brasília

O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), perdeu o controle da bancada do partido, formada por 51 deputados federais. Na comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que aprovou o relatório por 38 votos a 27, a bancada melou o acordo do senador com o Palácio do Planalto.

Ciro ofereceu 35 votos contrários ao impedimento. Em compensação, levaria a presidência da Caixa Econômica Federal e os ministérios da Integração Nacional e da Saúde. O tratado foi firmado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hóspede ilustre de luxuoso hotel em Brasília.

Lula ofereceu ajuda financeira ao Rio de Janeiro, atualmente governador por Francisco Dornelles, do PP, enquanto Luiz Fernando Pezão está de licença tratando de um câncer. O Estado anda com a saúde financeira precária.

Entre o cardápio de negociação, o governo prometeu que atuaria para livrar o senador da Operação Lava Jato. Ciro está envolvido no esquema que afanou a Petrobras e deve ser indiciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por fim, ele entende que o melhor seria ocupar o maior número de ministérios e cargos. Se a Dilma continuar como presidente, ele permaneceria com as boquinhas na administração pública federal. Se houver o impeachment, ele acredita que o vice-presidente Michel Temer, herdeiro da cadeira de Dilma, não irá desalojar o PP.

Tudo estava funcionando. Sua excelência só não contava com a alta adesão da bancada ao impeachment. Hoje, ele não tem nem 15 votos para entregar a Dilma.

Esquema Odebrecht vem desde o governo Sarney

Do Blog do Magno

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Uma reportagem do jornalista Pedro Lopes,no portal UOL revela que o “esquema Odebrecht”, que direciona percentuais de contratos públicos para pagamentos de propinas, opera, pelo menos, desde o governo do ex-presidente José Sarney. Lopes obteve o “Livro de Códigos” da empreiteira, que detalha a “Relação de Parceiros”, com os codinomes de políticos, agentes públicos e empresários relacionados às obras da Odebrecht nas quais teriam atuado.

Nesses documentos, despontam importantes figuras do PSDB.

“Um dos nomes que aparecem é de Antonio Imbassahy, atual deputado federal pelo PSDB – que tinha o codinome ‘Almofadinha’, e estaria relacionado à obra da barragem de Pedra do Cavalo, na Bahia. Imbassahy presidiu a Desenvale (Companhia do Vale do Paraguaçu) nos anos 1980, quando era filiado ao PFL. A Desenvale foi o órgão público responsável pela obra de Pedra do Cavalo”, diz a reportagem.

“Também do PSDB, Arthur Virgílio, atual prefeito de Manaus, recebe o codinome ‘Arvir’. Do PMDB, são citados Jader Barbalho (‘Whisky’), atualmente senador, ligado à obra da BR-163, no Pará, e o ex-ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão (‘Sonlo’). Os filhos do ex-presidente José Sarney, Fernando e José Filho, aparecem com os codinomes ‘Filhão’ e ‘Filhote’; Roseana Sarney, como seu nome de casada, ‘Roseana Murad’, aparece como ‘Princesa'”, informa ainda.

“O esquema naquela época era mais ou menos como esse divulgado essa semana, só não tão organizado assim. Esse esquema de propina, de fraudar licitações, sempre existiu na empresa. Aliás em todas as grandes, o esquema sempre foi esse”, disse ao jornalista a ex-funcionária Conceição Andrade, que antecedeu Maria Lúcia Tavares, delatora do esquema atual na Lava Jato. “Eram porcentagens de valores das obras. Era feito o fechamento, e determinava um percentual. A partir daí ocorria o superfaturamento e o pagamento. Tudo isso era feito através de transações bancárias e dinheiro. É bem semelhante ao que foi divulgado na Lava Jato, mas hoje tem um departamento específico para isso. Naquela época era feito em nível de gerência, mas acredito que tenha funcionado em diretoria e presidência também”, completa Conceição.

Imbassahy e Virgílio negaram as acusações, dizendo manter relações institucionais com a Odebrecht.

Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife e Porto Digital firmam parceria com a Microsoft

O governador Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o presidente do conselho administrativo do Porto Digital, Silvio Meira, e a presidente da Microsoft, Paula Bellizia, assinam, às 14h30 desta quarta-feira (23), protocolo de intenções para o desenvolvimento de ações de apoio à educação e ao empreendedorismo no Estado.
A parceria inclui desde a promoção de cursos de capacitação ao acesso a tecnologias da Microsoft para professores e estudantes das redes Estadual e Municipal de Ensino, ONGs e startups.  A solenidade será realizada no Palácio do Campo das Princesas. 

Governo de Pernambuco firma parceria com Faculdade em Caruaru

Na manhã da última terça feira (15) o Governo de Pernambuco através da Secretaria de Desenvolvimento Social Criança e Juventude – SDSCJ firmou parceria com a Associação Caruaruense de Ensino Superior – ASCES. Tal parceria será para provimento de capacitação profissional que contribua com o desenvolvimento de habilidades e potencialidades dos trabalhadores, no âmbito do SUAS, bem como para desenvolvimento de ações socioassistenciais e de fortalecimento da gestão.

A assinatura do convênio aconteceu na sede da ASCES e contou com a presença do Secretário Isaltino Nascimento e do Diretor Geral da Instituição, Paulo Muniz onde na ocasião, foram citadas algumas metas e desafios do convênio para o Estado de Pernambuco. “Nossa meta é estruturar Pernambuco para atender não só o processo formativo, mas em um futuro próximo mestrado, doutorado, pois sabemos que temos um campo vastíssimo, contemplando os 184 municípios e Fernando de Noronha, beneficiando também, militantes de outros seguimentos como o judiciário, defensoria e Ministério Público”, frisou o secretário, Isaltino Nascimento.

A execução dos cursos iniciará em breve e será baseada na capacitação em melhores práticas pedagógicas da assistência social através do Programa Nacional de Capacitação Permanente do SUAS – CAPACITASUAS.

Governo se reúne para firmar cronograma da Previdência

Quase duas semanas depois de anunciar as linhas básicas da proposta de reforma da Previdência e dizer que buscaria o máximo consenso com trabalhadores e empregados para concluir uma proposta até o final de abril, o governo realiza nesta terça-feira, dia 1º, com representantes das empresas e dos sindicatos, uma reunião prévia para firmar um cronograma de debate e o procedimento para debater a reforma.

As primeiras discussões de nível técnico estão programadas para a próxima sexta-feira (4). Elas deverão se estender até o dia 8 de abril.

“Eles (o governo) abriram para discutir a reforma com centrais e sindicatos patronais”, disse o presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese. Ele, por exemplo, propõe que a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) seja recriada em caráter permanente para financiar a Previdência. A arrecadação bancária, inclusive, a desoneração da folha salarial para todos os setores da economia.

O governo não apresentou uma proposta fechada para a reforma, mas listou sete pontos que, a seu ver, deveriam ser tocados para reequilibrar o sistema. São eles: demografia e idade média das aposentadorias, financiamento da Previdência Social, diferença de regras entre homens e mulheres, pensões por morte, previdência rural, regimes próprios de previdência e convergência dos sistemas previdenciários.

Governo e Azul formalizam implantação de novo empreendimento

O governador Paulo Câmara assina, nesta terça-feira (16), o protocolo de intenções que formaliza a implantação de um novo centro de conexões da Azul Linhas Aéreas no Recife. Assinado pelo chefe do Executivo estadual e o presidente da empresa, Antonoaldo Neves, o documento finaliza o processo administrativo de fixação do hub. A partir desse empreendimento, a empresa passa a operar 32 ligações diárias para 24 cidades – a oferta atual é de 24 voos por dia com destino a 12 bases. Com as novas rotas, Recife passará a ser a única capital do Nordeste conectada, por voos diretos, a todas as outras da região.
 
A malha da Azul no Recife passará de 46 voos diários para 66. Em termos de quantidade de passageiros, estima-se que a companhia passará dos atuais 4.428 para 6.496 por dia. A ampliação no número de voos e de destinos contribui para um aumento no número de turistas em Pernambuco. Além disso, o centro de conexões reduzirá o tempo da viagem nas principais rotas.
 
Com o hub da Azul, as cidades de Brasília, São Paulo (Guarulhos), Belém, João Pessoa, Petrolina, Belo Horizonte, Natal, Fortaleza e Juazeiro do Norte passarão a ter ligações diárias e sem escalas com a capital pernambucana. Além disso, o novo empreendimento vai permitir a retomada das operações em Campina Grande, na Paraíba. 
 

Governo do Estado entrega RAG à ALEPE

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O Governo do Estado entrega, nesta segunda-feira (1º), à Assembleia Legislativa de Pernambuco o Relatório Anual de Ação de Governo (RAG). O documento é uma obrigação constitucional do governador que, em nome do Poder Executivo, envia uma mensagem aos deputados estaduais, no dia da abertura do ano legislativo, relatando todas as ações e iniciativas realizadas pelo Governo do Estado no exercício anterior.

Até 2007, este relatório era uma peça meramente formal e burocrática. Desde então, o RAG, na forma em que é estruturado, é um documento totalmente ligado ao Modelo Integrado de Gestão Todos por Pernambuco. Desta forma, o RAG se transformou em um importante canal de controle social e transparência na gestão, aperfeiçoando formatos de apresentação que permitam o acesso e compreensão por parte de qualquer cidadão interessado nas informações. O relatório está disponível no site da Secretaria de Planejamento e Gestão.

O secretário-executivo de Desenvolvimento do Modelo de Gestão da Seplag, Maurício Cruz, ressalta a convergência entre o RAG e o Modelo de Gestão. “Elaboramos este documento baseado nos objetivos estratégicos definidos pelo Mapa da Estratégia. Fazemos uma leitura da realidade, detalhamos a estratégia traçada para enfrentar os problemas e uma relação de todas as ações realizadas em cada uma das 12 áreas estratégicas. Além disso, o RAG traz diversos indicadores de resultados”, explica.

Ao todo, 14 gestores governamentais trabalharam diretamente na elaboração do relatório. Maíra Fischer e Canton Wú foram os coordenadores do processo. Esta foi a primeira vez que o documento foi construído depois da entrada dos novos gestores em 2015. “O aumento na força de trabalho facilitou o processo e melhorou a qualidade do produto. A área visual do RAG, por exemplo, passou por melhorias consideráveis. A leitura ficará bem mais fácil e a inserção de diversos mapas fez com que as ações fossem apresentadas de forma regionalizada”, avalia Canton.

Maurício Cruz destacou também que, apesar de ser um produto realizado pela Seplag, o RAG é fruto de uma construção coletiva onde a contribuição de todas as secretarias e órgãos do Estado é fundamental para a conclusão do produto final. O Relatório é entregue junto com uma mensagem escrita pelo governador que, na maioria dos casos, lê pessoalmente para os deputados no plenário da Assembleia.

Governo espera recuperação das exportações em 2016, diz diretor

Da Agência Brasil

O governo espera recuperação das exportações em 2016, disse hoje (1°) o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Herlon Brandão. Segundo dados do ministério, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 923 milhões em janeiro, primeiro saldo positivo para o mês desde 2011 e melhor resultado desde janeiro de 2007. Ainda assim, as vendas externas mantiveram ritmo de queda no mês passado, tanto em relação a dezembro quanto em comparação a janeiro de 2015.

O superávit comercial de janeiro resulta de uma queda das importações em ritmo mais intenso do que as exportações, como vinha acontecendo ao longo do ano passado. “Há uma queda das importações superior [à das exportações]. Na exportação, é causada pela redução nos preços [dos itens vendidos], enquanto a quantidade cresce. Nas importações, há queda tanto de quantidade quanto no preço”, explicou Brandão. Segundo ele, o país está importando menos devido ao câmbio e à queda na atividade econômica.

No entanto, destacou o diretor, a expectativa de estabilização dos preços das commodities(produtos básicos com cotação internacional) agrícolas dá esperança ao governo de que as exportações brasileiras voltarão a crescer. “Tem alguns fatores negativos e positivos. Nós esperamos crescimento das exportações. Há uma incerteza quanto a preços das commoditiesminerais, como petróleo e minério [de ferro]. Mas nós esperamos uma estabilidade [de preço] das commodities agrícolas.”

Brandão disse ainda que o superávit em janeiro está dentro do esperado para o ano. “Está dentro da trajetória do superávit para [o ano de] 2016”, afirmou, lembrando que a projeção do ministério é a balança fechar o ano com saldo positivo de US$ 35 bilhões. Ele destacou também que os maiores superávits da balança comercial ocorrem, tradicionalmente, no meio do ano, quando os produtos da safra agrícola entram fortemente na pauta de exportações.

Petróleo

A conta-petróleo foi responsável por boa parte do superávit em janeiro. No mês passado, a diferença entre as exportações e as importações de petróleos e derivados ficou positiva em US$ 394 milhões, ou seja, o equivalente a 42,7% do saldo mensal. Tradicionalmente, a conta petróleo é deficitária. Herlon Brandão considerou o superávit em janeiro uma “flutuação esporádica”, em razão da menor importação de gás e diesel e do aumento do volume exportado de petróleo no mês.

Para 2016, segundo ele, a projeção do governo é redução no déficit da conta-petróleo em relação a períodos anteriores. “Vai continuar o aumento da produção [de petróleo] e, por consequência, o aumento da exportação. Deve continuar também a redução das importações. Como o Brasil é importador [de petróleo], o menor nível de preço [do produto no mercado internacional] afeta as duas pontas [tanto as compras quanto as vendas] e faz com que o déficit da conta-petróleo diminua”, analisou.

Governo pode perder R$ 116 bilhões com desoneração

Do Estadão Conteúdo

O Brasil que não conseguiu cumprir as metas de superávit primário prometidas pelo governo – e que por isso perdeu o grau de investimento em duas das três principais agências de classificação de risco – é o mesmo que encerrará 2016 com cerca de R$ 116 bilhões em renúncia fiscal.

O valor, de acordo com especialistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é parecido com o previsto para este ano, de R$ 112 bilhões, acrescido de inflação de 7% esperada para 2016 e considerando um Produto Interno Bruto (PIB) negativo em 3%.
Até novembro, as renúncias fiscais do governo federal somavam R$ 95,4 bilhões, valor 7,65% superior aos R$ 88,6 bilhões de janeiro a novembro de 2014, a preços correntes. O que os cofres públicos deixam de embolsar corresponde a desonerações que vão da folha de pagamentos (R$ 22,1 bilhões no ano até novembro), responsável por 23% do total das renúncias, até Vale Cultura, com R$ 679 milhões. No mesmo período de 2014, as desonerações da folha somaram R$ 17,9 bilhões.
O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy chegou a dizer em fevereiro, quando defendia a medida provisória que revertia, em parte, a desoneração da folha de pagamentos: “Essa brincadeira nos custa R$ 25 bilhões por ano, e vários estudos nos mostram que isso não tem protegido o emprego. Tem de saber ajustar quando não está dando resultado. Não deu os resultados que se imaginava e se mostrou extremamente caro.”
À época, Levy se referia apenas à desoneração da folha de pagamentos, mas a lista é grande. Quando perguntados se a redução das renúncias ajudaria a engordar a meta de superávit primário, analistas não entram em consenso. Para alguns, dada a avançada deterioração da política fiscal, o impacto não seria tão importante e o governo enfrentaria dificuldade em reverter as renúncias. Para outros, reduzir as renúncias seria valioso.
Em novembro, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, também comentou as desonerações. Disse que o governo pecou por excesso. “Não foi por falta de política ativa de apoio ao setor produtivo. Se pecamos, foi por excesso.”
“Concordo com o ministro. Foi enorme o pecado por excesso porque a desoneração da folha custou R$ 22 bilhões este ano, segundo conta preliminar da Receita Federal”, afirma o especialista em contas públicas José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
Segundo ele, é provável que, quando for apurado o resultado definitivo, a perda seja maior. O benefício, segundo Afonso, foi criado a pretexto de estimular a contratação de trabalhadores, mas hoje há um quadro generalizado e intenso de demissão. “Logo, o governo está pagando para trabalhadores serem demitidos.”
Renúncia fiscal, segundo Fábio Klein, especialista em contas públicas da Tendências Consultoria Integrada, é o nome dado a perda de receita em razão de subsídio, auxílio ou taxa subsidiada de que o governo abriu mão para beneficiar algum setor. Mas, de acordo com ele, o governo já tem feito a reversão desses subsídios tanto em 2015 quanto para 2016, segundo algumas intenções da Fazenda.
Klein cita como exemplos de reversão de renúncias o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – para carros, linha branca -, PIS/Cofins, para alguns casos, e a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis.
PILAR – Octavio de Barros, diretor do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, diz não ter dúvida de que a redução das renúncias fiscais é um pilar importante do ajuste fiscal. Mas ressalta que essa questão já teria, em parte, sido abordada pelo governo. Um programa emblemático que sofreu alterações este ano e vai colaborar com a redução da renúncia fiscal, segundo ele, é o da desoneração em folha de pagamento.
Com a alteração aprovada este ano, continua Barros, o governo deverá conseguir uma receita de cerca de R$ 10 bilhões em 2016. “Porém, tenho destacado em algumas oportunidades que o principal problema das contas públicas brasileira hoje é a rigidez das despesas. Atualmente o governo consegue mexer (sem a necessidade do Congresso) em apenas 10% da despesa total. Além disso, temos um grave problema de indexação das principais despesas do País ao reajuste do salário mínimo.”
O economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria, entende que as desonerações são outro fator negativo para a arrecadação. Ele destaca que a renúncia fiscal passou de R$ 78 bilhões em 2013 para R$ 104 bilhões no ano passado. Ele reconhece que houve algum avanço, como no caso da “reoneração” parcial da folha de pagamento de setores da economia. Mas, para ele, porém, o esforço é insuficiente.
“A falta de convicção do governo em reverter desonerações é o principal fator impeditivo (de alta da receita). Já que pela recessão não se consegue fazer muito milagre, o caminho natural, que seria de reverter desoneração, não foi feito.” Para 2016, ele avalia ser difícil o governo reverter de maneira acelerada as desonerações.

Para Humberto, Dilma inaugura nova etapa no governo

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa, a presidente Dilma Rousseff (PT) está iniciando uma nova fase do seu governo. Segundo o senador, com a decisão do STF sobre o ritmo do processo de impeachment e a troca do comando no ministério da Fazenda, com a nomeação do ministro Nelson Barbosa para o cargo, a presidente ganhou novo fôlego para combater a crise e implementar uma agenda positiva.

O senador esteve ao lado da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira (22), no município de Floresta, no Sertão do Estado, na inauguração da cerimônia oficial que marca o acionamento da 2ª estação de bombeamento do Eixo Leste do projeto de integração do rio São Francisco. “A gente tem vivido uma crise, mas a presidente Dilma não tem medido esforços para a gente superar este momento. E a prova disso é a melhoria da avaliação da presidente, a pesar da tentativa de golpe da oposição. A presidente está concertando os rumos, implementado uma nova agenda. Sabemos que temos um caminho grande pela frente, mas vamos seguir e derrotar o coro do quanto pior melhor, que a oposição insiste em fazer no Brasil”, afirmou o parlamentar.

Em seu discurso, a presidente Dilma garantiu a conclusão da obra da Transposição no ano que vem e disse que vislumbra em 2016 a chegada de “tempos melhores”. “Vivemos em um país democrático com um governo que tem um compromisso: o de superar a crise. Nada vai me demover desse caminho”, afirmou a presidente, que completou: “Eu tenho orgulho de ter um patrimônio: meu nome, o meu passado e o meu presente. A gente pode dar até uma envergadinha, mas não quebra”. Esta foi a quinta viagem da presidente, a Pernambuco, desde que assumiu o seu segundo mandato. Este mês, inclusive, Dilma participou de reunião de trabalho para lançar o plano de ação de prevenção e combate à microcefalia, doença causada pelo mosquito Aedes Aegypi. 

Relator da comissão temporária do Senado que acompanha as obras da transposição e revitalização do São Francisco, o senador ainda lembrou a importância da obra, que vai garantir a segurança hídrica e 12 milhões de nordestinos em 390 municípios de Pernambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte. “A transposição tem sido uma grande prioridade do governo Dilma, que tem trabalhado para que os recursos para a obra sejam assegurados e a prova disso é que já tem mais de 80% de sua obra concluída. É o maior obra de infraestrutura hídrica do País”, disse o senador.

Em operação, a nova estação permitirá à água do Rio São Francisco avançar até o reservatório Mandantes, o terceiro do Eixo Leste, percorrendo 32,4 km. Ao todo, são dois conjuntos de motobombas instalados, com potência de 7,4 MW e vazão de 14 m³/segundo. Cada equipamento (bomba) pesa 85 toneladas, o equivalente a 85 veículos de marca popular. A estação vai elevar a água do rio em mais 43,1 m, altura comparada a um edifício de 14 andares.

A transposição tem 477 quilômetros de extensão e inclui a construção de 14 aquedutos, 9 estações de bombeamento, 27 reservatórios e 4 túneis. Já foram investidos quase R$ 2 bilhões na obra, que tem previsão final de conclusão entre dezembro de 2016.