Empreendedor em apuros: escute a voz da experiência

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Pedro Augusto

Certamente, em algum momento da sua vida, você já deve ter escutado a expressão “Ouça os mais velhos”. Esta frase, que soa bem familiar e remete a várias características como a sabedoria, a experiência e a longevidade, atualmente, tem exercido um papel ainda mais emblemático pelo menos para quem é empreendedor e vem se desdobrando para não fechar as portas de seu negócio neste momento de crise financeira. Tomando como inspiração a citação popular, VANGUARDA decidiu dar uma força, através de exemplos vitoriosos, para aqueles empresários que se encontram hoje quase nocauteados pela crise. Nesta matéria, eles poderão assimilar algumas dicas importantes de tarimbados lojistas que já vivenciaram várias fases do comércio de Caruaru permanecendo, inclusive, firmes, apesar das várias turbulências na economia nacional e também local.

Humilde no jeito de explicar, mas bastante nobre na hora de produzir, Enoque das Neves é um desses comerciantes antigos da cidade que vêm driblando a crise, que ainda se faz presente, praticando velhas táticas de empreendedorismo que não costumam falhar. “Acredito que não há mistério: neste período em que toda a população vem passando por dificuldades, o lojista não pode vacilar deixando a qualidade de seus produtos cair. Embora os preços das matérias-primas tenham aumentado de forma significativa, devido justamente à crise, não modificamos o nosso sistema de fabricação de guloseimas e temos conseguido se sobressair. Para não perdermos tantos clientes, que hoje até está se tornando comum, diminuímos a nossa margem de lucro, bem como só temos fabricado o volume exato de produtos que temos comercializado. Desta forma, evitamos o desperdício”, explicou.

Seu Enoque foi empregado por 46 e é proprietário já há sete anos da Panificadora Princesa do Agreste. Assim como ele, quem também já possui longas datas de atuação no mercado local é a comerciante Joana Ribeiro. Proprietária há mais de 54 anos da Chapelaria Brasil, ela chamou a atenção para procedimentos simples, mas que costumam fazer a diferença numa época de crise. “O lojista pode até contar com os melhores artigos e os melhores preços, mas se não tiver um bom atendimento está fadado a fracassar em qualquer momento da nossa economia, ainda mais nessa crise. Continuamos firmes comercializando os mais variados tipos de produtos porque, além de oferecermos mercadorias de qualidade, também tratamos os clientes da melhor maneira possível. Sem falar nos nossos funcionários que possuem o respeito e a atenção que lhes são merecidas”, destacou.

Dono do Magazine Casa das Rendas há mais de 50 anos, João Figueiredo é outro lojista bastante rodado de Caruaru que não quer saber de aposentadoria se mantendo em atividade mesmo com o fantasma da recessão. “Comercializo produtos de época durante todos esses anos, como os de Carnaval, de São João e os de Natal, então, a minha loja sempre tem movimento. Pelo menos aqui, o consumo tem sido satisfatório, mesmo com a danada dessa crise. Enxerguei antes mesmo de inaugurar a loja que apostar na venda de artigos sazonais é um bom negócio, tanto é que permaneço em atividade. Pode ser uma saída para quem quer empreender ou se manter no mercado, porém é necessário bastante planejamento e estudo. Se não fosse essa roubalheira que vem tomando conta do país, nossa economia estaria, é claro, bem melhor”, avaliou.

Se existe uma referência no varejo de Caruaru, quando o assunto se trata de um bom empresário no setor de livraria, ele corresponde a João Bosco. Atuando com prosperidade no ramo há mais de 59 anos – há pelo menos 31 tem sido proprietário da Livraria Dom Bosco -, o experiente empreendedor não fugiu da regra e, assim como os seus colegas comerciantes, fez recomendações sólidas para quem quer manter ou investir no seu próprio negócio. “Não adianta operar com restaurante se não gostar de cozinhar ou trabalhar com comida. Não adianta atuar com farmácia se não gostar de mexer com remédio. Para prosperar no comércio é preciso gostar do que faz e do que vende. Numa época como esta, conforme, estamos tendo de encarar, é interessante investir na comercialização de produtos básicos, ou seja, aqueles itens que não podem deixar de ser consumidos pela população, mesmo que em menor proporção. Mas tudo, claro, com bastante planejamento.”

Comando Presente define mudanças em relação à Sulanca

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Pedro Augusto

O fluxo triplicado de pessoas circulando pelos setores do Parque 18 de Maio, no centro de Caruaru, só deverá ser observado mesmo no último bimestre do ano. Entretanto, o Comando Presente, juntamente com a Prefeitura, já vem se articulando para propiciar as melhores condições possíveis, tanto para quem vai comercializar como para quem vai consumir no local. Após consultar mais de 1.000 sulanqueiros na feira da segunda (4) e ainda promover assembleia com a participação também de feirantes, na terça (5), na sede do Sindloja, no Bairro São Francisco, a Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, que possui cadeira fixa no Comando, identificou que a categoria a qual representa deseja a realização da Sulanca no período de dois dias durante os meses de novembro e dezembro.

Em reunião promovida na manhã da última quarta-feira (6), também na sede do Sindloja, os integrantes do Comando Presente definiram as propostas que serão repassadas à prefeita Raquel Lyra. Serão elas: realização da Feira da Sulanca nos dias 26 e 27 de novembro, 3 e 4, 10 e 11, 17 e 18, além de 24 de dezembro; horário de execução de atividades (compra e venda de produtos) se estendendo das 5h até as 13h; aumento nos quantitativos de efetivos lançados pelas polícias Civil e Militar para garantir a segurança do local; atuação redobrada de equipes da Destra para possibilitar uma maior fluidez do trânsito no entorno do Parque 18 de Maio, além do acréscimo no montante de fiscais da PMC com operação em todos os setores do Parque.

Conforme ressaltou a gerente de Feiras e Mercados de Caruaru, Jéssica Silva, agora as medidas serão avaliadas pela gestão municipal. Para isso, será elaborado um plano de ação de autoria do Comando Presente. “Tudo que foi definido na reunião desta semana será levado para a prefeita Raquel, que analisará todas as propostas, e se posicionará dando o aval ou não em relação às mesmas. Tão logo esse processo seja encerrado, poderemos montar o nosso plano estratégico para contribuirmos para com o bom andamento das atividades da feira durante as vendas de fim de ano. A intenção da Prefeitura de Caruaru, juntamente com os demais órgãos integrantes do Comando Presente, é garantir o sucesso do Parque 18 de Maio, em todos os aspectos”, pontuou Jéssica.

Também presente na reunião, o representante da polícia Militar, capitão Farias Junior, se mostrou propenso às execuções das medidas, porém não deixou de chamar a atenção para as limitações de sua corporação. “Orientamos aos demais componentes do Comando Presente que enviem o planejamento estratégico, bem como ainda atuem na liberação de recursos, juntamente com o Governo do Estado, para garantir o reforço no quantitativo de policiais empregados, haja vista que sozinho o 4º BPM não possui estrutura para dar conta da segurança da feira no período de dois dias. Caso essas demandas sejam atendidas, conseguiremos dar conta de todas as ocorrências”, explicou Farias Junior.

De acordo com o presidente da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, Pedro Moura, a extensão das atividades da Feira da Sulanca se faz necessária devido à concorrência alta do Parque das Feiras, em Toritama, e do Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe. “Precisamos nos adequar e não ficarmos para trás, haja vista que esses dois municípios circunvizinhos vêm realizando as suas feiras aos domingos e os compradores têm passado direto, quando chegam a Caruaru. Não tenho dúvidas de que esse alargamento no período de realização da Sulanca possibilitará um volume maior de vendas para os nossos feirantes. Será importantíssima esta mudança, até porque o país ainda segue em crise e todo estímulo à comercialização é sempre muito bem-vindo!”, destacou Pedro.

O incremento na data da feira, caso seja concretizado, também estará em sintonia, pelo menos em dezembro, com a abertura estendida das lojas do comércio de Caruaru. “É sabido que, principalmente no mês de dezembro, as lojas da 15 de Novembro, Duque de Caixas, ou seja, do Centro, costumam abrir também aos domingos para atender a extensa demanda que é observada à procura de mercadorias. Desta forma, a Sulanca estará ainda mais alinhada com os demais empreendimentos varejistas da cidade. Tudo será muito bem divulgado na mídia para que os clientes da Feira da Sulanca fiquem por dentro dos dias e horários a serem praticados durante os meses de novembro e dezembro”, comentou o presidente do Comando Presente e vice-presidente do Sindloja, Marcílio Sales.

A próxima reunião do Comando Presente está marcada para acontecer no próximo dia 20, no mesmo local.

Central: Nova diretoria com ações já realizadas

Márcio Porto  (2)

Pedro Augusto

Enquanto não é empossada, o que ocorrerá no próximo dia 2, a nova diretoria do Central vem se movimentando para ficar por dentro da atual realidade do clube. Na tarde da última segunda-feira (4), integrantes da recém-aclamada cúpula alvinegra circularam pelos setores do Estádio Luiz Lacerda a fim de averiguar as condições do gramado, da Sala de Imprensa Jornalista Souza Pepeu e dos vestiários. Nesta vistoria, estiveram presentes Clóvis Lucena (novo presidente do Executivo), Airton Junior (vice-presidente do Executivo), Márcio Porto (novo presidente do Deliberativo), dentre outros diretores.

Ainda na segunda, mas já à noite, a nova cúpula realizou, no Lacerdão, a sua primeira reunião oficial. Nela, foram solicitados aos candidatos e a também integrantes da diretoria, a elaboração de projetos no tocante às áreas de marketing, social e eventos. Em relação à formação do Conselho Administrativo, que terá como objetivo auxiliar as gestões do Executivo e do Deliberativo, ele terá os nomes de seus componentes definidos já nesta segunda-feira (11), em encontro no mesmo local.

“Parece que os centralinos estão entendendo a proposta de fazermos a Patativa novamente forte, haja vista que até, agora, o apoio em relação às nossas ações tem sido muito grande. Para se ter ideia, na reunião desta última segunda-feira, estiveram presentes pelos menos 20 candidatos a integrantes do Conselho Administrativo. Vale ressaltar que este Conselho só contará com 11 componentes, mas só o fato de verificarmos um aceno grande por parte dos torcedores com o objetivo de ajudar, já nos deixa satisfeitos. De forma unida, tiraremos o Central desta difícil situação”, comentou o novo presidente do Deliberativo, Márcio Porto.

SUB 20

Pela sétima rodada do Campeonato Pernambucano Sub20, o Central recebe o Santa Cruz, neste sábado (9), a partir das 15h, no Luiz Lacerda. Atualmente, a Patativa está na terceira colocação do grupo B com seis pontos.

Caruaru sedia Campeonato Regional Nordeste de Bocha

BOCHA CARUARU

De 07 à 10 de setembro, a Associação Nacional de Desporto para Deficiente (ANDE) está realizando em Caruaru o Campeonato Regional Nordeste de Bocha. O evento irá acontecer na quadra da Asces Unita, que inicia as atividades nesta quinta (07), às 16h, com o curso de iniciação de Bocha. Na sexta (08) as competições começam após a cerimônia de abertura que está prevista para iniciar às 08h30.

No sábado as competições continuam a partir das 08h e das 09h às 19h estarão acontecendo as aulas do curso de iniciação de Bocha. A Asces Unita apoia o campeonato junto com a Prefeitura de Caruaru, através da Coordenadoria de Promoção às Pessoas com Deficiência. A Associação de Pessoas com Deficiência de Caruaru (Apodec) também está à frente da iniciativa, na organização do campeonato.

Família é feita refém na Boa Vista

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Pedro Augusto

Pouco mais de 30 minutos. Esse foi o tempo estimado em que uma família ficou refém na manhã do último domingo (3), em Caruaru. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, uma mulher, com idade em torno dos 30 anos, estava se dirigindo para visitar os pais, que moram na Rua Escada, quando, ao parar o seu automóvel em frente ao imóvel, acabou sendo surpreendida com a chegada de assaltantes, que a seguiram também em um carro. Sem chances de gritar por socorro, a vítima foi rapidamente rendida e obrigada a retornar à sua residência já na companhia dos criminosos.

Lá, os bandidos também renderam o marido, bem como os filhos menores da vítima. Sob a mira de revólveres, a família foi obrigada a ficar em cárcere privado e ainda teve de presenciar o verdadeiro “limpa” que eles fizeram nos cômodos do imóvel. Em poucos minutos, os assaltantes roubaram objetos como joias, relógios, videogame, computador, dentre outros, como também dinheiro e o automóvel de propriedade da mulher. Embora não tenham sofrido violência física, as vítimas foram ameaçadas.

O pai da mulher, que acabou sendo avisado da investida dos bandidos através de vizinhos, se deslocou para a casa da filha, onde percebeu a ação criminosa. “Ela mora a duas ruas da minha residência e, ao tocar no seu interfone, primeiramente não fui atendido. Insisti por mais três vezes após ter percebido que a cortina da sala havia se mexido e, em seguida, o meu genro apareceu na janela gritando e ordenando que eu fosse embora. Estranhei a sua reação e procurei a polícia”, relatou o idoso.

No retorno para o imóvel, já na companhia da PM, o pai da vítima encontrou a família fora de casa e sendo acolhida por vizinhos. O carro da mulher acabou sendo localizado posteriormente na zona rural. Ela e o seu marido registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Plantão de Caruaru. As investigações estão a cargo da 2ª DP. Informações iniciais são de que imagens dos suspeitos foram registradas pelas câmeras de segurança de prédios vizinhos, inclusive na hora que invadiram o imóvel. Eles permanecem foragidos.

Com a Selic em 8,25%, Copom se aproxima do fim do ciclo de cortes de juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central diminuiu, esta semana, a Selic de 9,25% para 8,25% ao ano, o menor patamar desde 2013. O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) considera a decisão positiva para potencializar a retomada da economia brasileira.

“Apesar da surpresa positiva dos dados de atividade econômica desde a última reunião, em julho, a economia permanece com ociosidade elevada e sem recuperação sólida dos dados de consumo, crédito e serviços”, explica Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil. “A isso se somam os dados de inflação significativamente abaixo da meta, o que abre espaço para que a política monetária intensifique o ciclo expansionista.”

Para Pellizzaro, vale ressaltar que o Copom está próximo do fim do ciclo de cortes de juros, o que implica em desaceleração do ritmo de cortes nas próximas reuniões. “Com o corte atual, os juros se aproximam do mínimo histórico de 7,25% entre o final de 2012 e o início de 2013. A autoridade monetária tem inclusive espaço para atingir este patamar ou chegar muito próximo dele”, avalia.

“O que temos que perceber e avaliar são as principais diferenças entre aquela época e o momento atual”, alerta o presidente. “O que se vê agora é ociosidade muito mais elevada, dados de atividade mais fracos, inflação ancorada e uma crise fiscal bem mais séria. Por conta disso a evolução do ajuste fiscal e a votação de reformas são variáveis relevantes para entendermos o comportamento dos juros daqui para frente.”

Mudança na regra da poupança

Com a nova taxa de juros, haverá mudança no rendimento da poupança. Quando a taxa Selic estava acima de 8,50% a.a., a remuneração da poupança era feita da seguinte forma: 0,5% ao mês + a remuneração da Taxa Referencial (TR), o que somava um pouco mais de 7,0% ao ano.

Com a Selic igual ou abaixo de 8,5%, como é o caso agora, a remuneração da poupança será de 70% da Selic. Isso significa uma remuneração de cerca de 5,8% ao ano. Com isso, ainda que esteja 3 pontos percentuais acima da inflação, a modalidade fica bem menos interessante que os investimentos ligados à Selic, como CDBs e o Tesouro Selic.

“Concurso de Ideias” chega à última fase

Representantes da Prefeitura de Caruaru, CDL e Devry/Unifavip estiveram reunidos, na terça-feira (5), para assistir às apresentações dos cinco trabalhos finalistas do “Concurso de Ideias”, projeto que consiste em alunos de Arquitetura e Urbanismo apresentarem propostas para a reabilitação do centro da cidade. No mês de agosto, os trabalhos estiveram expostos para votação popular e o mais votado ganhou um ponto que será acrescido ao voto da comissão julgadora. Compõem a comissão membros da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Urbanismo e Obras, CDL, Devry e arquitetos.

Todos os trabalhos apresentados tiveram como foco acessibilidade e mobilidade urbana, principalmente com relação a pedestres e transporte público. Os vencedores serão apresentados no dia 20 de setembro, em evento na instituição de ensino participante. O grupo ganhador receberá uma premiação e o trabalho servirá de base para o projeto de revitalização do Centro.

Entenda o projeto

O Concurso de Ideias para o Plano de Reabilitação do Centro de Caruaru é uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa (Sedeec), Sindloja, CDL e o curso de Arquitetura da Devry/Unifavip e foi lançado em abril. Os alunos tiveram entre maio e agosto para desenvolver os projetos, baseados em briefings desenvolvidos por meio de grupos de trabalho na Sedeec com a participação dos parceiros do projeto e de outras secretarias da prefeitura, bem como em pesquisas realizadas com lojistas, funcionários e compradores que frequentam o centro de Caruaru, além disso foram pesquisados consumidores que não costumam frequentar o local. A proposta vencedora servirá de inspiração para a reabilitação da área de maior movimentação da cidade.

Santander reduz juros de linhas de crédito à pessoa física

O Santander cortou as taxas de juros das suas principais modalidades de crédito à pessoa física, em linha com a redução da taxa básica de juros (Selic) de 1 ponto percentual (p.p.) anunciada há pouco pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa mínima do crédito pessoal caiu de 1,79% ao mês para 1,69% ao mês. Já a taxa mínima de financiamento de veículos passou para 1,12% ao mês. As taxas de crédito pessoal já estão em vigor nas agências e demais canais de relacionamento do Santander. As novas taxas para financiamento de veículos começam a valer amanhã.

“Esse movimento reafirma nosso compromisso de manter as taxas de juros em patamares competitivos e, ao mesmo tempo, acompanhar a redução da taxa básica de juros”, afirma Eduardo Jurcevic, superintendente executivo de Produtos de Crédito à Pessoa Física do Santander.

Para a economista sênior do Santander Tatiana Pinheiro, o comunicado revelou a estratégia de encerramento paulatino do ciclo atual nas próximas decisões de política monetária. “A estratégia revelada pelo Copom está em linha com a nossa expectativa de desaceleração do ritmo de corte da Selic nas reuniões de outubro e dezembro, assim como a nossa avaliação que a política monetária já se encontra em terreno expansionista.”

Na visão da economista, o comunicado de hoje reforça o cenário de encerramento do ciclo de afrouxamento monetário no final do ano, apesar de a autoridade monetária ter mantido a sinalização de que as decisões permanecerão dependentes da evolução das condições macroeconomias. “É razoável pensar que estamos no final do ciclo de afrouxamento monetário, depois de um ciclo de corte de 6 p.p. e com a taxa de juro real abaixo da taxa neutra (ou estrutural)”, adiciona a economista.

A projeção do Santander para a Selic é de 7,5% no fim de 2017 e 2018, o que significa manutenção da política monetária expansionista neste período (taxa de juro real abaixo da neutra). Na opinião da economista, a taxa de juros poderia ficar abaixo desse patamar, mas isso seria sob o custo do fechamento mais rápido do hiato do produto e de antecipação do processo de normalização da política monetária (ajuste da taxa real para a taxa neutra).

ARTIGO — O que é a Selic, como afeta a economia e de que maneira lucrar com suas variações

Por Gerson Mineo Sakaguti

Após quase quatro anos, a taxa Selic chegou à marca de um dígito no mês de julho. Ainda assim, a expectativa dos economistas é de que os cortes sigam rotineiros nos próximos meses e levem o índice, até o fim de 2017, a algo próximo de 7,5% ao ano – ou até mais baixa, dependendo a projeção. A tendência deve ser encarada de forma positiva pelo mercado e pode proporcionar ótimos rendimentos a quem souber investir de forma precisa.

Em primeiro lugar, vale apresentá-la sem “economês”: Selic significa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Esse índice representa a taxa de juros seguida por bancos nos empréstimos overnight (ou seja, operações que duram apenas um dia), cujas garantias são os títulos públicos. Por isso, há quem a chame de “taxa básica”. Quem define as variações é o Copom (Comitê de Política Monetária), órgão composto por membros do Banco Central.

O índice existe desde 1996 e já chegou a ser de 45% ao ano. Em poucas oportunidades, ele esteve abaixo dos dois dígitos, o que torna o momento atual mais especial. Para que haja tendência de queda, é esperado que a economia tenha inflação controlada, como acontece no cenário de hoje após um longo período de alta. Quando o governo aumenta esse indicador básico, entende-se que as tarifas para empréstimos acompanharão esse crescimento e ficará mais caro obter crédito no país. O efeito direto é a redução do consumo, forçando uma queda dos preços no mercado com a lei da oferta e demanda.

Já quando a Selic baixa, o resultado esperado é inverso: com a segurança de que a inflação está controlada, o crédito é incentivado e, assim, o consumo encontra condições para crescer, gera empregos e movimenta o comércio. Portanto, podemos entender que o Banco Central sente confiança de que a economia, hoje, pode se desenvolver de forma sólida e o risco de uma disparada inflacionária é baixo.

Diminuir o indicador sem cautela trouxe consequências ruins para o mercado brasileiro no passado, mas hoje há um consenso de que o contexto está favorável. Sendo assim, podemos sentir otimismo de que a recessão está ficando para trás e, embora tenhamos muito entraves políticos e estruturais, os próximos meses devem ser positivos. Por outro lado, muitos investidores podem estar de certa forma descontentes: fundos com rendimentos ligados à Selic estão entre os mais populares do país (aliás, a própria poupança rende menos quando a taxa básica está menor que 8,5%).

Mas sempre há opções rentáveis, o segredo é fazer a leitura do cenário econômico e aportar o dinheiro nas aplicações corretas. Por isso, o momento é oportuno para buscar FICs (Fundos de Investimento em Cotas), que, resumidamente, são fundos que investem em cotas de outros fundos, com uma carteira bem distribuída e, assim, menos sensíveis a variações de índices como o IPCA ou a própria taxa básica de juros.

Participando de um fundo desse tipo, o investidor conta com a assistência de especialistas que acompanham as movimentações de mercado para se certificar sobre onde está a melhor rentabilidade. Essa ajuda de analistas experientes é fundamental. No entanto, é importante estudar bem em qual FIC se vai investir e analisar a sua média histórica de lucros e a solidez da instituição que o oferece.

Sugestão de artigo: A solidão do líder empreendedor

Por Egton Pajaro, empresário

Se você não é um líder empreendedor, provavelmente boa parte deste texto não fará sentido e pouco acrescentará.

Mas, se você é um daqueles que ficam eternamente inconformados e altamente energizados pelo desafio de novas conquistas, que se revitaliza e tem como fontes de energia o desafio de lidar com o novo, superar os inúmeros “nãos”, siga em frente e vá até o final desta leitura.

Promover mudanças, questionar paradigmas e positivamente transgredir conceitos estabelecidos, e que, além de querer, tem o dom natural de empreender. Certamente algumas destas observações farão sentido e o ajudará no entendimento de singulares sentimentos e percepções que acompanham o líder empreendedor diuturnamente.

Conviver e promover iniciativas no dia-a-dia a partir de conceitos por vezes intangíveis e deficientes de formalismo, especialmente quando se trata das dinâmicas e informais empresas da geração 2.0, onde a inovação é plenamente exercitada em ambiente desburocratizado e ágil, é uma considerável e instigante provocação.

Como lidar com dificuldades cotidianas e concretas comuns a todo líder empreendedor, quando por exemplo:

A equipe não está alinhada?

É mais comum do que se imagina haver no processo de implementação ou de execução do negócio a adoção de soluções simplistas que aparentemente suprem a demanda, mas invariavelmente distorcem o objetivo. Cabe ao líder empreendedor guardar a visão e valores, além de garantir que o objetivo do projeto não sofra desvios. Nestas ocasiões, alguns inerentes conflitos são gerados. O que fazer?

– reforço de comunicação e explanação do projeto, com ênfase no que se espera de cada um. Isto vai gerar entendimento complementar e provável alinhamento conceitual e/ou comportamental;

– remanejamento, substituição ou eventual eliminação de algum membro da equipe;

A revisão conceitual é inevitável

Também considero comuns algumas situações em que o macro conceito careça de revisão. Novamente cabe ao líder empreendedor o papel de bússola. Compete a ele, sem perder de vista a essência norteadora do projeto, atingir o consenso. O que nem sempre é fácil e, frequentemente, é até mesmo impossível. E aí, como resolver?

– desencadeie a cultura do eterno repensar e inovar. Isto gerará frutos no futuro, especialmente se seu negócio for em setores que tenham a tecnologia como chão de fábrica;

– dar espaço aos envolvidos para se manifestarem livremente. Além de extrair criativas sugestões, o empresário transformará este momento em uma oportunidade de ampliar o engajamento da equipe;

– nestas ocasiões o consenso nem sempre é possível. Portanto, cabe ao líder empreendedor tomar para si a responsabilidade de decidir, assumindo o risco de contrariar a opinião da maioria. Isto, dependendo das circunstâncias, não é nada convencional, pois exige do líder a capacidade de racionalizar o contexto, discernir de forma lógica e equilibrada e, eventualmente se necessário, até mesmo se apoiar em percepções pessoais e irracionais -“feeling”. Nesta hora poucos conseguirão entendê-lo e muitos se converterão em céticos críticos. A resiliência neste caso faz toda diferença!

Sem ser leviano, o líder tende a demonstrar plena confiança naquilo que defende mas, no íntimo, convive com incertezas que não pode compartilhar com a maioria dos liderados.

A fim de mitigar maior impacto gerado por uma possível decisão incorreta, cabe ao líder elaborar um plano alternativo, associado a adequado como mecanismo de controle e com suficiente sensibilidade, que lhe permita identificar precocemente o erro e assim corrigi-lo imediatamente.

Por vezes, credita-se ao líder a competência de deter todas as respostas. Isto é uma absurda e míope utopia. Nem sempre ele detém a solução pronta, muitas vezes ela é construída no exercício da ação!

É inerente ao líder nestes casos sentir-se isolado. Mas em hipótese alguma isso deve abalá-lo. Afinal, isto é parte do seu papel.

O limite entre o relacionamento pessoal e profissional está em jogo

A liderança é mais ou menos eficaz na proporção da confiança estabelecida entre a equipe, e para tal, torna-se imprescindível a aproximação entre o time. O desafio está em demarcar a fronteira entre o envolvimento profissional e pessoal, especialmente o lado emocional. Para a maioria, quando má conduzida a parcela pessoal, além de estimular excessiva liberdade, a ponto de confundir a hierarquia do ambiente, distorce a interpretação de coobrigações que se ampliam e geram falsas e infundadas expectativas que inevitavelmente se convertem em frustrações.

Balizar o ponto ideal do relacionamento pode variar entre os componentes da equipe. Portanto faz-se necessário que o líder tenha desigual e individual compreensão de cada relacionamento a fim de aflorar o pleno potencial de cada liderado.

Manter-se rigorosamente afastado na medida ideal, pode parecer simples, mas não é. A linha é extremamente tênue e facilmente o relacionamento pode ser percebido como indiferente, frio e mecânico. Desenvolver esta habilidade e sensibilidade é um enorme desafio para aqueles lideres empreendedores que têm no viés lógico e pragmático sua maior aptidão.

O equilíbrio físico e emocional pode influenciar

Diante de tamanha pressão, a perícia e a assertividade na tomada de decisão dependem do equilíbrio físico e psíquico do organismo. Como qualquer ser humano, é importante que o líder empreendedor desenvolva mecanismos que preservem seu organismo e o mantenha saudável. Por facilitar a identificação e apropriação de particulares e individuais recursos que lhe proporcionem o atingimento da plenitude de seu potencial, desenvolver o autoconhecimento torna-se um componente essencial e indispensável. Várias são as opções, isoladas ou cumulativas, de energizar e equilibrar o organismo, como: harmonia familiar, exercícios físicos e mentais, artes, trabalhos sociais, viagens etc. É vital descomprimir e serenar o corpo e a mente!

Empreender e liderar não é fácil. É se colocar a prova todos os dias, trocar ideias com seus sócios, e com outros empresários a fim de evoluir sempre. É entender que basicamente tudo dependerá do seu discernimento, esforço e atitude. É uma constante e eterna exploração e recriação.